Saúde, legislação laboral, salários e ambiente. Programa eleitoral do Bloco mantém prioridades de 2019

João Relvas / Lusa

Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda vai estar reunido este sábado para aprovar versão final do seu programa eleitoral às legislativas de 30 de janeiro.

O programa eleitoral do Bloco de Esquerda às legislativas vai manter, no essencial, as prioridades de 2019, avançou a bloquista Mariana Mortágua, justificando que com os mesmos problemas estruturais, mas com Portugal numa situação mais complexa, aumenta a “exigência à esquerda”.

Mais de 400 aderentes do Bloco discutem e votam durante todo o sábado, no Fórum Lisboa, o programa eleitoral com o qual o partido se vai apresentar às eleições legislativas antecipadas, tendo a intervenção inicial deste encontro nacional sido feita pela deputada e dirigente bloquista Mariana Mortágua.

“O programa que hoje vamos discutir, as opções políticas que vamos debater, as medidas que vamos aprovar são o mandato que vamos levar às eleições de 2022. Um mandato para a transformar o país naquilo que é mais importante”, referiu.

As prioridades serão assim mudar a “vida, produção, consumo, mobilidade, de forma a travar as alterações climáticas”, alterar à legislação laboral para conseguir salários e a pensões dignas, assim como investir “em serviços públicos fortes” como a saúde, educação, justiça e os cuidados.

“Notarão, com certeza, que esta já era a estrutura do nosso programa em 2019. É natural que assim seja. As nossas prioridades não mudaram no espaço de 2019 para 2022. Os problemas estruturais do país mantêm-se, mas têm agora como pano de fundo a pandemia da covid que é hoje a razão da insegurança que se abate sobre a nossa vida coletiva, mas também a insegurança que se abate sobre o quotidiano de tanta gente para quem tudo ficou mais difícil”, explicitou.

Apesar dos mesmos problemas estruturais, Mortágua avisou que a “situação do país é hoje mais complexa, é hoje mais difícil do era em 2019”, o que quer dizer que “a exigência à esquerda aumenta”.

“Esta proposta tem uma visão: a de que a igualdade e a proteção social, o investimento e o desenvolvimento económico, o combate às alterações climáticas, à intolerância ao ódio e ao preconceito, a dignidade no trabalho e na reforma, são dimensões de um mesmo projeto, não são contraditórias entre si”, sintetizou.

Na análise da dirigente do Bloco, “esta é a política socialista que tira Portugal da espera, que avança para a transformação do país”.

“Onde há estagnação não há esquerda, onde há conservação das injustiças não há esquerda. E onde não há esquerda não há estabilidade, só há desigualdade e atraso. Haverá esquerda. Este é o seu programa para 2022”, concluiu.

O encontro nacional do partido para debate do programa eleitoral 2022 será encerrado pela coordenadora bloquista, Catarina Martins.

De acordo com informação de fonte oficial do partido à Lusa, inscreveram-se para participar neste encontro mais de 400 aderentes e foram enviadas seis dezenas de contributos pelos bloquistas para incluir na proposta de programa eleitoral, que serão também votados.

Assim, depois das intervenções que os aderentes pretendam fazer, será tempo de os bloquistas votarem o documento programático na generalidade.

Para domingo está marcada uma Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções, que fará a “discussão e votação do documento final de programa eleitoral”, bem como a aprovação das listas de deputados às eleições legislativas antecipadas.

ZAP // Lusa

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