Graça Freitas reconheceu a importância dos professores “para o funcionamento do país”, mas rejeitou considerá-los um grupo de risco esta sexta-feira.
Os professores não são considerados um grupo de risco que deva ser integrado entre as prioridades de vacinação contra a covid-19 somente pelo critério de atividade profissional, defende a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
“Independentemente de serem trabalhadores em escolas, são pessoas com determinado grupo etário e determinados fatores de risco. Portanto, serão vacinados de acordo com esse risco, uma vez que pela profissão não têm um risco acrescido”, afirmou, numa audição por videoconferência na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia e do processo de recuperação económica e social.
Questionada pela deputada do PAN Bebiana Cunha sobre a eventual priorização da vacina ao pessoal docente e não docente, face à manutenção da atividade letiva presencial no novo confinamento decretado pelo Governo devido ao agravamento da pandemia em Portugal nas últimas semanas, a diretora-geral da Saúde reconheceu a importância destes profissionais “para o funcionamento do país”, mas rejeitou considerá-los um grupo de risco.
“O seu risco na comunidade poderá ser maior do que o risco no exercício da profissão, uma vez que lidam com um grupo etário que não transmite muito a doença. Só pela profissão não são um grupo de risco”, observou, acrescentando que a operacionalização da testagem em escolas “é da responsabilidade das cinco ARS [Administrações Regionais de Saúde], em conjunto com os ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde]”.
Graça Freitas rebateu ainda críticas a uma suposta indefinição em torno da política de critérios de seleção das escolas para testagem à covid-19, assegurando que “a DGS deposita total confiança nas capacidades das ARS e ACES de se organizarem e de tratarem da aplicação destas estratégias”, enaltecendo a “responsabilidade” e “sofisticação” destas entidades para levar a cabo esse processo.
Já sobre a capacidade de testagem nacional, a diretora-geral da Saúde assegurou não ter conhecimento “de constrangimentos no fornecimento e acesso aos testes”, embora tenha reconhecido “incidências bastantes elevadas” da pandemia nos últimos dias.
A diretora foi secundada pelo diretor de serviços de Informação e Análise da DGS, André Peralta, que revelou que a taxa de positividade dos testes situa-se agora em 18%, sem deixar de notar que o “número absoluto de testes tem vindo sempre a crescer” e que a capacidade tem sido elástica e irá continuar a aumentar”, pelo que a “positividade irá diminuir” no futuro.
ZAP // Lusa
Esta bécula é a tal que ficou triste no primeiro confinamento porque alguém iria ter que cuidar da netinha.
Um professor que está, em média, 5 horas num ambiente de trabalho com, também em média, 25 alunos, num espaço praticamente fechado de 20m2 não é, claramente, uma profissão de risco.
Por muita consideração que tenha por si, e tenho, Srª Drª Graça Freitas, lamento ter de lhe dizer que Vª Exª não faz ideia do que é ser professor, designadamente do ensino não superior.
É natural, não a culpo por isso. Mas não lhe fica bem falar do que desconhece.
Sou professor do Ensino Superior. Os anfiteatros são grandes, mas os alunos superam a lotação máxima. Para sala com uma capacidade para setenta pessoas, existem oitenta alunos (exemplo). Que miséria… os professores são, sim, heróis, tal como os médicos e enfermeiros.
E deixam as escolas abertas….. Sim Sr.
Quem deixa? O governo. Que eu saiba, os professores não querem estar sob o jugo da miséria, mas parece que você é da esquerdalhada e, portanto, quer tudo aberto para matar o povo. Sim, senhor. Muitos parabéns!! 😉
Parabéns, senhor professor. É aquilo que eu penso, precisamente. Nós, estudantes universitários, devíamos estar em casa, pelo menos, este mês de janeiro.
Sou de um grupo de risco. Já tenho cinquenta e quatro anos, e bronquite.
O governo trata bem das pessoas. À moda das avessas.
Tive uma professora que nunca vi presencialmente. Ficou em Braga a dar aulas, e eu sou de Lisboa, onde permaneço!!!! Um dos testes foi presencial, e a professora nem estava na sala de aula quando o mesmo foi aplicado a todos os alunos.
Porquê? Porque tinha asma, e bronquite e outros problemas. Não ia pôr em risco a sua saúde para vir a uma cidade confusa como Lisboa, dar duas aulas por semana, e bazar.
Agora, questiono a DGS: qual é a competência deste órgão estéril (o mesmo) para estar a afirmar que a profissão de docente não implica riscos? Os alunos andam por aí, contactam com milhares de pessoas por dia, podem ter o vírus, e transmiti-lo aos professores, alguns com idades superiores a sessenta anos, e não há risco…???!!! Miséria! Miséria!
Alguém tem consciência?
Alta contradição! São importantes, mas não correm riscos…? Pergunto à Desgraça Freitas porquê.