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Professores ameaçam fazer greve às avaliações se “decreto do roubo” não for alterado

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Rui Farinha / Lusa

Os professores vão fazer greve às avaliações e uma manifestação nacional na véspera das eleições legislativas caso a recuperação de anos de serviço prevista no que consideram o “decreto do roubo” não seja alterada no parlamento.

Durante a tarde de sábado milhares de docentes de todo o país manifestaram-se nas ruas de Lisboa contra o decreto-lei do Governo que veio devolver dois anos, nove meses e 18 dias de serviço congelado, por entenderem que o diploma “apagou” os restantes seis anos e meio de serviço que trabalharam.

Para secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, o Governo aprovou um “decreto do roubo”, diploma que acabaria por ser promulgado pelo Presidente da República e publicado na semana passada em Diário da República.

Mas a esperança dos docentes não se desvaneceu e agora as atenções viram-se para a Assembleia da República, uma vez que os deputados do Bloco de Esquerda, PCP e PSD já anunciaram que em 16 de abril vão avançar com pedidos de apreciação parlamentar do decreto-lei.

“Convocaremos greve às avaliações de final de ano, a partir de 6 de junho, caso, até essa altura, o decreto-lei do Governo não seja alterado na Assembleia de República, sendo contabilizados os nove anos, quatro meses e dois dias em que os professores trabalharam”, anunciou Mário Nogueira, perante os docentes que encheram a Praça do Comércio.

Além disso, os docentes comprometeram-se ainda a realizar uma Manifestação Nacional a 5 de outubro, que é Dia Mundial do Professor, mas também véspera de eleições legislativas.

“Enquanto nos estiver a ser roubado tempo de serviço, nós continuaremos a vir aqui para o exigir”, acrescentou Fátima Ferreira, presidente da Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), uma das dez organizações sindicais que fazem parte da plataforma criada há mais de um ano para negociar a recuperação do tempo de serviço.

“Enganavam-se todos aqueles que achavam que não voltávamos a encher o Terreiro do Paço. Temos o Terreiro do Paço cheio. Estamos aqui porque não abdicamos. Estamos aqui porque temos razão. Estamos aqui porque não desistimos”, sublinhou João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional de Educação (FNE).

Apesar de questionados pelos jornalistas, os elementos da PSP presentes no protesto escusaram-se a avançar com uma estimativa do número de participantes presentes hoje na manifestação que, segundo alguns sindicalistas, rondariam os 80 mil.

A Lusa constatou no local que eram muitos milhares os que desceram a Avenida da Liberdade e ocuparam a Praça do Comércio empunhando bandeiras das dez estruturas sindicais que organizaram o protesto.

// Lusa

4 Comments

  1. Já não há pachorra para as reivindicações desta matilha.
    No auge da crise, quando milhares de portugueses perdiam os seus empregos, os professores conservaram os seus. Apenas tiveram um corte no salário. Os milhares de portugueses que ficaram sem emprego não hesitariam entre terem um corte de salário a ficarem sem emprego.
    Tenham a humildade de reconhecer que são uns privilegiados.

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