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“Alcoholocausto”. Professores envergonhados com carro da Queima de Coimbra

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黃毛 a.k.a. YELLOW / Flickr

Vários docentes da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra estão indignados com o facto de os alunos fitados do curso de História terem batizado o carro do Cortejo da Queima das Fitas com o nome “Alcoholocausto”.

Vários professores da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra revelaram estar “profundamente envergonhados e amargurados” com o nome escolhido para o carro do Cortejo da Queima das Fitas dos alunos do curso de História, que decidiram batizar o carro de “Alcoholocausto“.

Num abaixo-assinado, os docentes vincam publicamente a sua posição, afirmando que sentem “inteiro repúdio e total rejeição” pelo nome escolhido, adianta o jornal Público.

Além disso, defendem que “é particularmente grave que sejam estudantes universitários de História a colaborar numa lógica de banalização que os aproxima, objetivamente, do negacionismo”.

Depois de várias vozes se terem insurgido contra esta opção mesmo antes da realização do Cortejo, no passado domingo, os alunos recuaram na decisão, tendo o carro desfilado sem nome. Ainda assim, os estudantes universitários colocaram mensagens de protesto no local onde se situa o nome do carro de curso.

“Com esta polémica toda, parece que há Polícia Académica”, lia-se num dos cartazes.

Em comunicado, citado pelo diário As Beiras, os finalistas continuaram a defender a utilização do nome “Alcoholocausto”, afirmando que esta designação era “apenas e só o nome de um carro integrante do Cortejo da Queima das Fitas, o qual terminaria no final do cortejo no amontoado de destroços que são deixados anualmente”.

Em resposta às acusações dos alunos, que se dizem censurados, os professores afirmam que existem limites para a sátira e o humor “consignados na lei”. Contudo, mesmo antes de referirem uma ordem jurídica, os docentes sublinham o “conceito elementar de responsabilidade ética individual”, defendendo que esta ação dos alunos viola a dignidade humana.

“Quem assim procede torna-se, implicitamente, cúmplice dos crimes cometidos e não poderá, em nenhuma circunstância, furtar-se a esta responsabilidade. E muito menos poderá, quando confrontado com a indignidade da sua posição, arrogar-se a posição de vítima de um qualquer ato de ‘censura'”, rematam.

ZAP //

33 Comments

  1. Começamos perigosamente a ficar sem sentido de humor… uma sociedade saudável deve conseguir rir-se de si própria e a justificação dos estudantes para o nome do carro, atendendo a que era o último do desfile, manifestava uma visão crítica sobre o excesso de consumo de álcool na Queima das Fitas. Não se tratava de uma alusão infeliz a um dos mais dramáticos acontecimentos da história recente, o genocídio perpetrado pela Alemanha NAZI (não me parece que se possa falar de anti-semitismo), mas apenas um exercício de ironia perante uma realidade (consumo excessivo de álcool) que parece incomodar pouco os doutos com espírito inquisidor, mais incomodados com o nome das coisas do que com as próprias coisas. Pode evocar-se questões de gosto ou de falta dele, mas pouco mais do que isso…

  2. Este país está cheio de censores e adeptos da proibição da liberdade de expressão. Mas, o que é que o nome do dito carro tem a ver com o holocausto dos nazis? A crítica destes adeptos do politicamente correto é que é um verdadeiro holocausto (de mediocridade) intelectual. Vão-se mas é tratar.

    • O senhor não reparou num “detalhe” são alunos de História! O carro nada tem a ver com o holocausto patrocinado pelos nazis, mas faz uma associação imbecil por gente cuja formação é a HISTÓRIA! Das duas uma, ou tiveram passagens administrativas ou de formação não têm nenhuma -devem ser dos que vão às aulas assinam a folha de ponto e saem de imediato! O que comprova como é mediocre a nossa sociedade. De facto é necessário tratar, basta ver o número de depressões e neurótico que cria, mas é a cabeça dos desmiolados e alcoolizados, por que destes poderá um dia vir a assumir responsabilidades mais sérias! Alguma vez ouvir falar de bom senso?

  3. Alguém poderia informar os professores de HISTORIA que a palavra “holocausto”, que nem sequer é mencionada, antes de significar e ficar relacionada com tragédia humana já tinha significado. É grego para holos (tudo) + kaustos (queimado) o que pode tão simplesmente ser usado para um incendio florestal, por exemplo. Mas ok! São professores de história, não de linguistica, entende-se a ignorancia. É mais facil censurar para se parecer maior e criar um problema onde não existe do que viver a vida sem andar a meter nojo em tudo.

    • Parabéns pelo comentário, fiquei a entender melhor qual a polémica sobre essa expressão e a agressividade em querer censurá-la, assim os censores tivesses entendido também mas, como bem diz, é mais fácil atacar do que entender.

      • Não, Jose, não sou historiador, nem sequer pós-graduado em qualquer área que não seja a vida, sou um cidadão comum.
        Também gostaria de ser inteligente só por ser pós-graduado, mas não gostaria de perder o poder de encaixe por causa de um trocadilho.
        Espero ter respondido às suas perguntas directas.

    • Não é mencionada, MAS todos associamos de imediato à mesma! E, como formado e pós-graduado em HISTÓRIA sei muito que a palavra é de origem grega! Basta verificar o número de vezes que é citada na Ilíada! Pois, não damos linguística, mas damos cultura clássica! Nem temos de ser formados em linguística, visto que o “objecto” do nosso estudo é outro! Há que ter o cuidado com a associação de certas palavras a um dos objectos dos nossos estudos, é coisa que um formado em HISTÓRIA DEVE ter sempre presente! Faz parte da nossa formação. Por essa razão, o senhor não fez a dita associação – exibiu os pergaminhos próprios e únicos da sua suposta área “esquecendo-se” que está a falar sobre gente de outra bem diferente! Um erro de palmatória! “Quem manda a ti sapateiro tocar rabecão!” Diz o povo na sua infinita sabedoria. O seu trabalho e área do conhecimento, talvez seja a linguística, perde-se na semântica das palavras. Caso soubesse o que é o ofício de Historiador, já deu provas que não sabe, saberia o senhor que este tem de trabalhar com os diversos conceitos no tempo, algo que certamente lhe escapou – HOLOCAUSTO, não tinha na antiguidade clássica o mesmo conceito e conotação histórica que tem hoje! Como não o tinha o conceito de nação, de Estado ou sequer o de cidadãos ou mesmo o de Homem! O senhor não tem de fazer essa associação, mas os formados em História e os historiadores sim! Talvez não tenha percebido isso o que não deixa de ser muito grave se é de facto formado.

  4. A maldade está na cabeça de quem vê!
    Era pura ironia e sátira, mas estas alminhas dementes que leccionam nesta instituição acham que se podem armar em virgens ofendidas e defensores da inquisição!
    Cambada de analfabetos!

    • Por essa ordem de ideias também deveria poder dizer livremente que a Ana Isabel deve andar a vender o corpo para ganhar dinheiro e que muito provavelmente isso já era tradição de família. Pela sua ordem de ideias isso seria aceitável. Pela minha não o é. Acha mesmo que a maldade está apenas em quem vê?! Eu pessoalmente acho que há muitas afirmações e atitudes que não dependem do recetor mas estão apenas delimitadas aos conteúdos proferidos / praticados pelos autores. O exemplo que deixei parece-me bem ilustrativo.

    • Para os mais ignorantes que abundam por aqui, os “que leccionam” fazem mal em chamar à atenção algo que os choca visto que esta “ironia” e “sátira” – diz a senhora – choca de frente com a formação que É DADA num Curso de História! A observação foi de professores de História para supostos alunos de… História! O que estes pretensos alunos dão é provas que andaram uns anitos a viver “à pala” dos pais e nada dali retiraram! Com os vosso comentários avalio como anda mal esta sociedade.

  5. E uma das melhores séries de comédia de todos os tempos, cujo contexto se passava durante a 2ª grande guerra? “Alô alô” que ainda hoje desperta gargalhadas a quem vê ou revê a série…
    Cambada de amélias ofendidas, sem sentido de humor, que para ficar bem na fotografia, se insurgem ofendidos com isto…

  6. Devem ter comido muito queijo… um holocausto (independente do seu significado no dicionário), simbolizou um dos mais atrozes genocídios da história, muitos sofreram a dor de perderem filhos (comecemos por aqui), esposas/os, pais, avós, etc…, perderam. (MORRER, ACABAR, NÃO VER MAIS, DOR PARA TODA A VIDA), percebem? Agora vêm para aqui doutores da liberdade, que não passaram por nada disso, falar em liberdade de expressão, analfabetismo, virgens ofendidas, (já agora a inquisição foi a mesma coisa), pior, vêm decifrar a palavra holocausto, como se essa porcaria de palavra, tivesse algum valor…. teve significado humano…BURROS…HUMANO,
    Já agora o holocausto já teve lugar nos nossos tempos… estão esquecidos?… ainda estão pior do que eu pensava… Peçoi desculpa por alguns erros de escrita, não são de pensamento— Vítor Silva 66 anos

    • “Anti-defamation league” em versão pacóvia. Sáo donos das palavras e não pode haver nem dúvidas quanto à quantidade envolvidae (da década de 50 “toda a gente” sabia que as atrocidades eram 600.000 (até há discursos gravados!) e de repente na de 80 já “toda a gente” sabia que eram 6.000.000, UAU!). A partir daí podem fazer tudo o que quiserem aos demais pois são virgens impolutas. Vá mazé estagiar em Gaza uma semanitas, ó sabedor de “ouvir dizer”, armado em vítima-exemplar.

      • “mazé” é de facto uma coisa formidável… e assim anda a labregagem desta país armada em doutora

      • Costuma-se dizer que não há limites para a estupidez humana. O senhor revela uma prova disso!

    • Oh Vitor… Acidente rodoviário, Terramoto, Tsunami, Erupção, Comunismo, Atentado, 911, Fome, Doença, entre outras, serão expressões proibidas segundo a sua tese. Todas elas significam perdas de vidas e pais, avós, filhos perdidos. Se continuarmos por esse caminho qualquer dia não temos sons, quanto mais palavras para expressar o que quer que seja.

      • Se o senhor fosse formado em História, não o é tenho a certeza, SABERIA que os conceitos são algo de estudo muito apurado nesse curso! Saberia que a avaliação de determinados conceitos leva a anacronismos, e a interpretações erradas, o que é grave nesta ciência. A palavra Holocausto não pode ser colocada ao nível de um terramoto ou acidente rodoviário – o que a mim me afectou pessoalmente visto que a minha mãe morreu num! As palavras, os conceitos têm importância em História, pois permitem-nos perceber melhor os processos da evolução Humana no tempo, e com eram trabalhadas certas noções em tempos mais recuados. Não vai ler uma carta de Afonso de Albuquerque para o rei sob os “olhos de hoje”! Seria um disparate. Veja que nem sequer dei destaque às palavras por sinal sensatas do Vítor Silva, que se refere ao conceito relativamente ao desastre humano que tal representa. Apenas refiro a importância que os conceitos têm em História – um tema que é alvo de debates e estudos muito intensos por parte da comunidade dos historiadores. Leia algo de Konsellek, que talvez venha a perceber o que pretendo dizer, bem como perceber por que razão os Professores de História se sentem ofendidos por verem os seus alunos agir como reles ignorantes, é triste e frustrante!

    • Quais atitudes? Corrigir imbecis? Ficarem frustrados por verem o seu trabalho ir por terra “afogado” em álcool? Muito sensíveis são vocês!

      • Ah?!
        A sério que “o seu trabalho ir por terra “afogado” em álcool”?!
        Não será apenas a tua visão “desfocada” da realidade?…

  7. A bebedeira em alto grau é um holocausto. Temos que passar em revista a História Universal para contabilizar quantos borrachões terão existido em períodos sinistros dessa magnitude !

  8. Lá vem a m**da do politicamente correcto. Mas quando é que esta malta acaba com as questões de lana caprina. Porra pá! Centrem-se no essencial e esqueçam o acessório. E, eu que também sou professor (provavelmente dos ignorantes que não conhecem sequer o significado etimológico do conceito holocausto), pergunto-me: mas porque razão têm os docentes de riscar o que quer que seja no nome de um carro? Voltamos ao tempo do lápis azul?

    • O essencial é que são bêbados e têm vaidade nisso! São estudantes de um curso superior o que significa formação superior, não a têm, infelizmente!

    • Questões de “lana caprina” para si que não dever ser Historiador! Não será certamente para um professor que formou aquelas aberrações da Natureza e vê o seu trabalhão ir por álcool abaixo! O senhor diz que é professor e fala e agrara-se apenas ao significado etimológico da palavra? Já agora, sabe que até há bem pouco tempo “jantar” já foi a refeição tomada às 10 da manhã? Não sabe. Ok. Não me faça rir, essa foi a “coisa” mais engraçada que li por aqui sobre este episódio infeliz!!

      • Além de se revelar incapaz de perceber sarcasmo, pensa que são todos parvos e ignorantes como o Sr.. Parvo etimologicamente significa pequeno e ignorante é aquele que ignora/desconhece. E, já agora, não ignoro o facto de até há bem poucad décadas o jantar ser matutino e não vespertino. Vespertino que, por acaso, vem das vésperas… Vá ao Google que talvez fique a saber o que eram. Sugeria-lhe um período de quarentena, se o Sr. soubesse o que é. Assim, limito-me a condená-lo ao ostracismo (e, sim, mete conchas de ostras, mas nada tem que ver com comida)…
        No meu tempo de estudante latim e grego faziam parte do currículo, como opcionais. Em boa hora as frequentei. Aprendi algumas coisas sobre sintaxe e semântica do português. E também de História, algo que o Sr. ou desconhece ou entretanto olvidou…

  9. Não teria dito melhor. Uma sociedade que corre a justificar com liberdade de expressão o nome escolhido, esquece-se que também os que têm familiares que morreram em circunstancias tão horrendas têm direito a ser respeitadas no seu sofrimento e perda. Tenho a certeza que não sentiriam da mesma forma se as mortes banalizadas fossem as das suas mães e pais, irmãos ou filhos. A liberdade não nos dá apenas direitos, mas também deveres. A nossa formação superior deve fazer de nós melhores pessoas e cidadãos e não piores, medíocres até, quando usamos a liberdade para justificar o direito de “brincar” com os outros de uma forma que não gostaríamos que fizessem connosco. A nossa formação, dita superior, já nos devia ter censurado e envergonhado por vangloriarmos um cortejo de bêbados, que deixa um rasto de imundice e de jovens caídos pelo chão. O mesmo cenário que criticamos quando vemos nos outros, sem a dita formação superior (coitadinhos). A nossa tão prezada formação, envergonha quem não teve a oportunidade de estudar formalmente, mas é claramente mais digno, pois não usa a sua liberdade como forma de ofensa gratuita, não anda a vangloriar-se pela rua na sua triste figura de bêbado e contribui, como bom cidadão, para manter as ruas por onde passa limpas e sem lixo.

    • A este comentário cabe apenas acrecentar de que, a liberdade de cada um, TERMINA onde começa a do proximo.

      A liberdade de expressão tem exactamente o mesmo fundamento, neste caso, uma simples palavra não, deixaria muita gente ofendida (e felizmente, não sou um deles).

      O que me surpreende é o facto de estes adultos, supostamente cultos e educados, que estudam historia e sabem certamente o significado de holocausto, e não me refiro á origem da palavra que tão bem foi explicado no comentário do Vítor Silva, mas sim ao significado histórico e à conotação associada á palavra, depois de alertados internamente pelos professores, preferem ao invés de assumir um erro (normal nos seres humanos) seguir em frente e corrigir-lo, optam por esconder-se detrás da liberdade de expressão e como que com um complexo de oprimidos e rebeldes, fazerem todo este espetáculo publico.
      Isto são atitudes de meninos birrentos que tiveram tudo na vida e não sabem, nem o valor da vida humana, nem como escutar a palavra NÃO de vez em quando.

      Como dizia um certo naufrago, se isto é a sociedade que temos hoje, então deixem me voltar para a ilha.

  10. sinto pena tanta polemica por algo que deveria ser visto de outra forma, as vergonhas, que isso sim deveria envergonhar, falo de aquilo que vimos nas noticias e o que vamos vendo no dia a dia, bêbados malcriados, desrespeitadores e mais se podia se dizer, mas como a maioria dos professores o fizeram, nada se diz e outra coisa porque eu tenho que pagar para limpar as ruas depois dessa porcarias andar nas sidades? ainda querem fazer gratuito o ensino, pois pois, quem não tem dinheiro que trabalha.. e já agora o que se viu nas noticias me faz lembrar as prostitutas, fazer algo para ter.. depois quando são professores se acham com moral criticar os alunos..

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