Professoras com gravidez de risco ou que tiraram licença impedidas de ter aumentos

Os docentes têm de cumprir 180 dias de trabalho por ano letivo para poderem de subir de escalão, o que está a deixar de fora professoras que estiveram de baixa por terem gravidezes de risco ou que tiraram licença de maternidade.

A recente validação de pedidos de subida de escalão para professores contratados, está a gerar polémica por excluir professoras que estiveram de licença de maternidade ou com baixa por gravidez de risco.

Esta medida, anunciada em 2022, procurava corrigir a situação onde professores com anos de serviço recebiam o mesmo salário que docentes iniciantes. Para subir de escalão, os professores contratados devem cumprir critérios específicos, incluindo anos de serviço, formação, avaliação de desempenho, entre outros.

Um dos pontos críticos é a avaliação de desempenho com a menção mínima de Bom nos dois últimos anos letivos. Esta exigência deixou várias professoras em licença de maternidade ou que tiveram gravidezes de risco impossibilitadas de progredir, pois não cumpriram o mínimo de 180 dias de trabalho por ano letivo.

Os sindicatos estão a denunciar esta situação, que consideram ser ilegal e contrária ao Código do Trabalho, que protege a mulher grávida de ser prejudicada no emprego, relata o Diário de Notícias.

“Trata-se de não ter avaliação por uma situação constitucionalmente protegida. Isto tem de ser resolvido já. As professoras têm proteção legal e o ME ou avalia o pouco tempo em que trabalharam ou tem de dispensar de avaliação, porque estamos a falar de casos em que está em causa um direito constitucional”, critica Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF.

Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), defende que “a lei não pode ser cega e não se pode prejudicar nem penalizar apenas um grupo de pessoas do género feminino”. “Trata-se de invalidações por motivos que não são imputáveis às professoras e devia haver exceção”, sublinha.

Em resposta, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) emitiu pareceres favoráveis às professoras afetadas, e a FENPROF prometeu apresentar mais queixas na CITE, tribunais e provedoria.

O Ministério da Educação (ME), questionado pelo Diário de Notícias, não forneceu esclarecimentos sobre esta situação.

ZAP //

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