A antiga presidente da Associação de Professores de Português, que em 2017 divulgou o conteúdo do exame de Português, foi demitida pelo Ministério da Educação.
A docente Edviges Ferreira foi considerada culpada por ter partilhado o conteúdo do exame nacional de Português 639, do 12.º ano, realizado em 19 junho de 2017.
O inquérito aberto pela Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) culminou num processo disciplinar e que determina agora com o afastamento da professora da rede pública de ensino, segundo nota do Ministério da Educação enviada às redações.
“O Ministro da Educação determinou a aplicação da sanção disciplinar de demissão à docente que, em violação do dever de confidencialidade a que estava vinculada, deu a conhecer informação relativa a conteúdos do exame de Português 639, realizado em 19 de junho de 2017″, lê-se na nota do gabinete do ministro Tiago Brandão Rodrigues, que sublinha ainda que a professora em causa já foi notificada da decisão.
“Na sequência do processo de inquérito pela Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC), foi instaurado um processo disciplinar à docente para apuramento de responsabilidade. Todas as infrações constantes dos artigos da acusação foram consideradas provadas, concluindo-se que a docente terá agido, de forma consciente e intencional, desrespeitando gravemente os seus deveres funcionais e o interesse público. A docente foi já notificada da decisão”, conclui o comunicado.
No início do verão de 2017, durante a época de exames do 12.º ano, o jornal Expresso teve acesso ao áudio de uma mensagem que circulou nas redes sociais alguns dias antes do exame nacional de Português. Esse áudio revelava o que ia sair na prova, como se viria a confirmar depois da prova feita.
Na gravação, feita por uma aluna, podia ouvir-se a estudante a dizer: “Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. Pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória e outra sobre a importância dos vizinhos no combate à solidão.”
Terá sido Miguel Bagorro, professor na Escola Secundária Luísa de Gusmão, em Lisboa, a denunciar a gravação ao Ministério da Educação, que encaminhou a situação ao Ministério Público.
A professora de Português vai começar a ser julgada a 7 de junho “pelos crimes de abuso de poder e violação de segredo de funcionário”, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR) ao jornal Público.
Não é a primeira vez em que esta professora está envolvida em polémica relacionada com divulgação de informações sobre os exames nacionais. Em provas anteriores, terá havido já suspeitas não comprovadas de que a docente tinha informado os seus alunos da matéria a ser incluída no exame.
Aí está uma medida bem tomada o que raramente acontece, só desejo que seja devidamente castigada e que não volte a dar aulas caso contrário este país acabará numa bandalheira pegada o que já vai a caminho!
Tenho que concordar!!
Pode ser que assim diminua o número de licenciados que não sabem falar ( sobretudo conjugar os verbos ).