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Procuradora-geral do Brasil impugna candidatura presidencial de Lula da Silva

Antonio Lacerda / EPA

A procuradora-geral do Brasil, Raquel Dodge, enviou na quarta-feira ao Tribunal Superior Eleitoral do Brasil uma impugnação contra a candidatura presidencial de Lula da Silva, oficializada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Numa petição enviada para o instrutor do caso, o juiz Luís Roberto Barroso, Dodge defende que Lula é “inelegível” porque foi condenado por um tribunal de segunda instância, de acordo com um comunicado publicado na página da Internet do Ministério Público.

Ao início da noite de quarta-feira, representantes do PT registaram, pouco antes do final do prazo, o pedido de candidatura da coligação liderada por Lula da Silva, antigo chefe de Estado brasileiro que foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por ter recebido um apartamento do luxo na cidade costeira do Guarujá como suborno da construtora OAS para favorecer contratos da empresa com a petrolífera estatal Petrobras.

O antigo governante do Brasil escreveu uma carta, divulgada também na quarta-feira, na qual afirma que lutará até ao fim para manter a sua candidatura.

“Com o meu nome aprovado na convenção, a Lei Eleitoral garante que só não serei candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pelo Justiça Eleitoral. Não pretendo morrer, não penso renunciar e vou brigar pelo meu registo até ao final”, escreveu.

O registo da candidatura de Lula da Silva foi acompanhado por uma série de eventos, incluindo uma grande marcha que reuniu cerca de 40 mil pessoas em Brasília, segundo os organizadores. De acordo com a polícia militar do Distrito Federal, o número de participantes na marcha foi menor, cerca de 10 mil pessoas.

Lula da Silva, de 72 anos, é o favorito em todas as sondagens de intenção de voto para as presidenciais do Brasil, agendadas para 7 de outubro, arrecadando cerca de um terço das intenções de voto, o dobro de qualquer outro candidato.

Treze candidatos tinham formalizado até às 19:00 de quarta-feira (23:00 em Lisboa), dentro do prazo, o processo junto do Tribunal Superior Eleitoral para concorrerem às eleições presidenciais do Brasil, agendadas para 7 de outubro.

Os candidatos ao cargo máximo do Governo brasileiro são Álvaro Dias, do Podemos, Cabo Daciolo, do Patriota, Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol).

Também serão candidatos Henrique Meirelles, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), João Amoêdo, do Novo, João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre (PPL), José Maria Eymael, do Democracia Cristã (DC), Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, e Vera Lúcia, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU).

Campanha eleitoral arranca hoje

A campanha eleitoral brasileira começa esta quinta-feira, quando os candidatos têm autorização para realizar comícios, caravanas automóveis, distribuir material de campanha e de propaganda na Internet, desde que esta não seja paga.

Esta eleição é marcada por quatro anos de instabilidade, causada por inúmeros escândalos de corrupção que marcaram líderes da maioria dos partidos políticos e a destituição da última Presidente eleita, Dilma Rousseff.

As últimas sondagens de intenção de voto apontam para uma vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com cerca de 30% dos votos.

No entanto, Lula da Silva não deverá chegar ao final da campanha, já que está a cumprir uma pena de 12 anos de prisão por corrupção, condição que impede a sua participação no ato eleitoral, segundo a lei do país.

Nas sondagens, o antigo Presidente é seguido pelo deputado conservador e ex-militar Jair Bolsonaro, a candidata ambientalista Mariana Silva, o antigo governador do Ceará Ciro Gomes e o ex-governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin.

ZAP // Lusa

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