O procurador Orlando Figueira, detido na terça-feira, fica em prisão preventiva, determinou esta quinta-feira a juíza de instrução criminal responsável pelo processo.
Depois de ter sido ouvido durante a tarde, a juíza Maria Antónia Andrade determinou a prisão preventiva do procurador Orlando Figueira, a medida de coação mais gravosa, por considerar que há fortes indícios da prática do crime de corrupção passiva e também de branqueamento e falsidade informática.
A juíza considerou haver o perigo de perturbação da tranquilidade e da ordem pública e também o perigo de fuga, pelo que Orlando Figueira ficará em prisão preventiva, tendo sido transferido para o estabelecimento prisional de Évora.
O ex-procurador do Ministério Público foi detido na terça-feira, por ter alegadamente recebido luvas para arquivar processos de altas figuras angolanas.
Orlando Figueira foi titular de vários processos relacionados com políticos angolanos enquanto esteve no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, de onde saiu em Setembro de 2012.
A investigação por suspeitas de corrupção terá detectado “pagamentos de milhares de euros feitos no estrangeiro ao antigo procurador”, considerando que os mesmos “terão sido a contrapartida para as decisões de arquivamento de alguns processos ligados a Angola.
O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, é suspeito de ser o agente corruptor do ex-procurador.
Esta é a primeira vez na história do DCIAP que um dos seus elementos é alvo de um processo-crime, e também a primeira vez que um membro do governo de Angola é suspeito de corrupção em Portugal.
ZAP