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Procurador morto tinha rascunho de mandato de prisão da Presidente argentina

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(dr) Presidência da Argentina

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner

O Ministério Público argentino confirmou ter identificado no lixo do apartamento do promotor Alberto Nisman o rascunho de um mandato de captura,com o nome da presidente Cristina de Kirchner, onde a acusava de tentar ocultar a responsabilidade iraniana no atentado a um centro judaico em 1994.

Alberto Nisman morreu um dia antes de apresentar os detalhes da denúncia contra a presidente. O documento, de 26 páginas, foi encontrado no lixo do apartamento do promotor.

O diário argentino Clarín já tinha publicado a descoberta do documento este domingo, mas a procuradora Viviana Fein, que investiga a morte de Nisman, apenas confirmou esta terça-feira que o rascunho faz parte das provas recolhidas no apartamento.

Segundo a DW, Viviana Fein afirma ter sido “erro voluntário” seu ter negado, no dia anterior, a existência do rascunho.

O procurador federal argentino Alberto Nismam foi encontrado morto em casa, no bairro de Puerto Madero, no dia em que iria apresentar as conclusões da sua denúncia contra a presidente. As causas da morte de Nisman não foram esclarecidas.

Nisman tinha apresentado um relatório de 300 páginas, com informações obtidas através de escutas telefónicas. O procurador pediu à Justiça a abertura de um inquérito para ouvir depoimentos da presidente Kirchner, ministro dos Negócios Estrangeiros, Héctor Timerman, e de alguns aliados políticos do governo.

No relatório, o procurador federal acusa a presidente Cristina Kirchner e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Héctor Timerman, de negociar com o Irão um “plano de impunidade” para encobrir o envolvimento dos iranianos no pior atentado fundamentalista na história da Argentina, ocorrido há 20 anos.

O atentado ocorreu em 1994, quando um carro-bomba explodiu à porta da Associação Mutual Israelita Argentina, AMIA, destruindo o prédio, no centro de Buenos Aires, e matando 85 pessoas.

Segundo o promotor, as pistas encontradas indicam que o ataque teria sido planeado pelo governo iraniano da altura e executado pelo grupo xiita Hezbollah, com ajuda local.

Além de Kirchner e Timerman, são mencionados no relatório de Nisman outros membros do governo e personalidades da argentina, como o deputado Andrés Larroque, o líder sindical Luis D’Elia e o activista Fernando Esteche.

ZAP / Lusa / Abr / DW

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