O milionário príncipe Alwaleed bin Talal figura entre as dezenas de detidos na noite de sábado na Arábia Saudita no âmbito de uma vasta investigação anticorrupção que também versa sobre antigos e atuais ministros.
A detenção de Alwaleed bin Talal foi avançada por um alto funcionário da King Holding Company, que o príncipe saudita preside, que falou à agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) sob condição de anonimato.
Alwaleed bin Talal é um dos homens mais ricos do Médio Oriente, detendo investimentos no Twitter, na Apple, no Citigroup, na News Corporation de Rupert Murdoch, na cadeia hoteleira Four Seasons e mais recentemente na Lyft.
Também é conhecido por ser dos membros da realeza saudita mais frontais, defendendo há muito mais direitos para as mulheres. É também o acionista maioritário do popular Grupo Rotana de canais árabes.
Até ao momento, o governo saudita apenas anunciou que foi lançada uma investigação anticorrupção, mas os media estatais reportaram que dezenas de príncipes e antigos e atuais ministros foram detidos, embora sem os identificar.
Segundo a cadeia de televisão Al Arabiya, pelo menos 11 príncipes, quatro ministros e “dezenas” de ex-ministros foram detidos na noite de sábado na Arábia Saudita por ordem de um comité anticorrupção criado horas antes pelo rei Salman bin Abdulaziz.
Esse comité anticorrupção, dirigido pelo príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, tem como missão investigar casos de corrupção detetados no reino, segundo informou ainda antes da notícia das detenções a agência oficial SPA.
O novo organismo tem o poder de emitir ordens de detenção e de proibição de viajar para o estrangeiro, além de poder congelar bens dos investigados e adotar outras medidas preventivas ainda antes de os casos chegarem a tribunal.
Ao mesmo tempo que criava o novo comité anticorrupção, o rei Salman anunciava alterações significativas nas autoridades do reino: destituiu o responsável da Guarda Nacional, o comandante da Armada e o ministro da Economia.
Nenhuma fonte oficial explicou por enquanto se as destituições estão relacionadas com as investigações de corrupção.
// Lusa