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Principal partido da oposição ilegalizado na Rússia

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Manifestação de apoio a Alexei Navalny

Manifestação de apoio a Alexei Navalny

O Partido do Progresso, dirigido pelo principal opositor ao Kremlin, Alexei Navalny, foi ilegalizado, anunciou hoje o Ministério da Justiça russo, dez dias depois de esta formação partidária ter participado na formação de uma aliança oposicionista.

O Ministério indicou, em comunicado, que “tomou a decisão de excluir o Partido do Progresso e as suas filiais do Registo dos partidos políticos autorizados pelo governo”.

O argumento avançado foi o desrespeito da lei russa.

Segundo o Ministério, o partido, fundado em fevereiro de 2014, tinha a obrigação de registar junto as autoridades, em seis meses, as suas antenas que tinha obrigatoriamente de estabelecer em pelo menos metade dos 85 “sujeitos” da Federação Russa, como repúblicas, cidades federais ou distritos autónomos.

Ora, apenas 16 destas antenas foram registadas em tempo, garante o Ministério, que destacou que se trata de um número bem inferior ao estabelecido pela lei, e outras 25 foram-no com atraso, acrescentou.

“Acabámos de ler no sítio do Ministério da Justiça na internet que o Partido do Progresso foi liquidado, mas sem decisão do tribunal“, reagiu, em declarações à rádio Ekho Moskvy, o dirigente do partido, Alexei Navalny, advogado e autor de um blogue, que se tornou chefe da oposição ao Presidente Vladimir Putin.

“Eles retiraram-nos simplesmente da lista. Vamos fazer apelo desta decisão, nos tribunais russos e no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem”, declarou.

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Manifestação de apoio a Alexei Navalny (ao centro)

Manifestação de apoio a Alexei Navalny (ao centro)

A decisão ministerial ocorreu dez dias depois do anúncio do nascimento de um novo movimento da oposição, designado Coligação Democrática, que junta o Partido do Progresso e o RPR-Parnas, codirigido até ao seu assassínio pelo opositor Boris Nemtsov, abatido a tiro em 27 de fevereiro nas proximidades do Kremlin.

Rapidamente integrado por outros seis grupos e partidos da oposição, como o movimento Rússia Aberta, do ex-oligarca e dissidente Mikhail Khodorkovski, esta coligação anunciou querer apresentar-se em setembro às eleições locais em Novossibirsk, na Sibéria, Kalouga, no sul de Moscovo, e Kostroma, a norte da capital.

“Os nossos planos permanecem os mesmos: a recente Coligação Democrática vai apresentar-se às eleições em 2015, apoiada no partido RPR-Parnas”, que permanece autorizado na Rússia, adiantou Navalny.

“Este género de partido parece bem mais perigoso ao Kremlin e é porque este nos deseja liquidar e enviar assim para todos o conselho ‘Não se aproximem dos radicais'”.

/Lusa

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