Primeiro alerta português para tsunamis dá-lhe 4 minutos para fugir

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O dispositivo de alerta de tsunamis de Setúbal, o primeiro instalado em Portugal, foi esta quinta-feira “testado com êxito” por especialistas do Centro Comum de Investigação da Comunidade Europeia, sediado em Itália.

“O dispositivo de alerta foi testado com a ajuda de um simulador mecânico de tsunamis, tendo acionado de imediato o painel informativo e as sirenes do Parque Urbano de Albarquel”, revelou o líder do projecto, Alessandro Annunziato.

“Algumas pessoas que ouviram as sirenes assustaram-se e até chamaram os bombeiros, porque ainda não conheciam este sistema de alerta”, acrescentou.

Annunziato salientou também que o dispositivo de alerta já instalado em Setúbal “pode ser ativado de forma automática, mas também de forma manual, sempre que as autoridades considerem que é necessário proceder à evacuação do local”.

Constituído por um sistema de medição do nível do mar, instalado junto ao cais da Secil, a cerca de três quilómetros de Setúbal, e por um painel digital no Parque Urbano de Albarquel, o dispositivo de alerta de tsunamis permite avisar a população na zona ribeirinha de Setúbal com quatro minutos de antecedência em relação à chegada da primeira onda.

Este intervalo de tempo de reação, de quatro minutos, poderá aumentar significativamente no futuro, com a interligação de outros dispositivos de medição do nível do mar instalados ao longo da costa portuguesa.

Apesar do sucesso dos testes realizados em Setúbal, o líder do projeto reconheceu que ainda vai demorar algum tempo até que as zonas costeiras de Portugal e de outros países europeus beneficiem destes dispositivos.

“O sistema de alerta de tsunamis é financiado pela Comissão Europeia, mas, neste momento, há outras prioridades na Europa, como o emprego, disse Alessandro Annunziato.

Jurema Oliveira - arquivos de Arte e História, Berlin / Wikimedia

Terramoto e tsunami de 1755 ao largo de Lisboa

Terramoto e tsunami de 1755 ao largo de Lisboa, ilustração

A instalação do sistema de alerta de tsunamis em Setúbal, projeto iniciado em 2011, insere-se na estratégia europeia de investigação tendo em vista a melhoria dos mecanismos de alerta de desastres e reduzir os tempos de transmissão de alertas às populações em risco.

Em Portugal, a entidade responsável pelo sistema nacional de alerta de tsunamis é o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), que comunica todos os alertas que recebe à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), que, por sua vez, alerta a população em risco.

A zona ribeirinha da cidade de Setúbal ficou totalmente destruída após o tsunami que se seguiu ao sismo de 1755, tal como aconteceu na zona ribeirinha de Lisboa.

De acordo com alguns estudos realizados em Portugal, um sismo idêntico ao de 1755 poderia provocar uma onda com sete metros de altura, que poderia destruir toda a zona do centro histórico e entrar cerca de 800 metros pela cidade dentro, até à zona do Parque do Bonfim.

/Lusa

5 Comments

  1. 4 minutos parece-me bem. Da tempo de agarrar uma boia… Se em vez de investirem dinheiro ridiculo em sistemas como estes investissem nas infrastruturas que nem sequer precisam de um sismo para ir abaixo…

  2. Ora, com o Tsunami a entrar 800 metros para o interior da cidade, ainda dá para calçar os belos Sanjo, beber uma “mine” e comer uma sandes de courato antes de dar corda aos sapatos…
    Andam deste 2011 a criar e a testar o mecanismo? Qual será o tamanho da equipa?
    Não podiam ter comprado e adaptado um sistema dos japoneses, americanos ou australianos? Também têm sistemas com bóias para leitura de oscilações do nível do mar…3 anos????
    Quere-me parecer mais um daqueles projectos “mama euros”…

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