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Pela primeira vez na História, a maioria da população é idosa e de classe média

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bacalao / photoxpress

Uma análise do Singularity Hub mostrou que, pela primeira vez na História, a maioria da população é idosa e pertence à classe média. O estudo revelou igualmente que, em 2030, o mundo será maioritariamente rico e, em grande parte, idoso.

Segundo o Singularity Hub, as mudanças positivas no desenvolvimento económico são graduais e percetíveis apenas após longos períodos. Por outro lado, os desenvolvimentos negativos são rápidos. Isso cria uma narrativa concentrada em notícias negativas, enquanto as tendências positivas passam despercebidas por serem menos dramáticas.

Contudo, em meio a uma atmosfera negativa sobre as perspetivas da economia mundial, a publicação chama a atenção para duas tendências de longo prazo que ilustram o progresso significativo que está a ser feito pela maior parte da população mundial.

Se durante a maior parte da história humana, as pessoas tendiam a morrer jovens e na pobreza, nos últimos 50 anos o mundo sofreu melhorias significativas relativamente à esperança média de vida e ao dinheiro que cada pessoa pode gastar.

Como as pessoas vivem mais, há mais pessoas idosas. A pirâmide populacional clássica (com muitos jovens e poucos idosos) era típica há apenas 100 anos. Mas já não é mais. Em breve, a pirâmide passará a um retângulo, com faixas etárias de tamanho aproximadamente igual, estendendo-se para 80 anos de expetativa de vida.

Essas mudanças também estão a reformular a perceção da idade. Historicamente, até cerca de 2000 anos, os seres humanos viviam apenas 30 anos. Desde o início do crescimento económico moderno, entre 1850 e 1950, dependendo do país, a expetativa de vida começou a aumentar rapidamente.

Porém, devido ao padrão de mudança demográfica, com as faixas etárias jovens a expandirem-se mais rapidamente do que as mais velhas, a maioria das pessoas – crianças, adolescentes, jovens – estava nos seus anos de formação. Os casados, com um emprego estável e um estilo de vida estabelecido eram a minoria. Isso agora mudou.

Pela primeira vez, existem tantas pessoas com mais de 30 anos quanto com menos, um ponto de inflexão que tem implicações profundas na economia global.

Na sua análise, o Singularity Hub define como pobre e vulnerável ​​a pessoa cujo poder de compra diário é inferior a 11 dólares (cerca de dez euros) por dia. Isso inclui pessoas extremamente pobres (que vivem com menos de 1,90 dólares por dia) e grupos vulneráveis ​​(que vivem entre 1,90 e 11 dólares por dia).

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Já as famílias de classe média e ricas, que dominam os gastos globais do consumidor, são definidas como aquelas que gastam mais de 11 dólares por pessoa diariamente.

Aplicando essas definições a nível global, verificou-se que 2019 foi um ano crucial no desenvolvimento, fazendo com que se esteja a enfrentar um ponto de inflexão duplo nas dimensões idade e riqueza.

Os adultos com mais de 30 anos e com vida estabilizada são agora metade da população, número que está a crescer. O mundo está também a ficar cada vez mais rico – cerca de metade da população mundial pertence agora à classe média.

Ao analisar as tendências entre os segmentos demográficos, verificou-se que existem aproximadamente 2,2 mil milhões de jovens pobres e o mesmo número de idosos ricos. Existem também 1,6 mil milhões de jovens ricos e o mesmo número de idosos pobres.

Combinando as últimas previsões demográficas e económicas, é possível calcular a velocidade com que cada um desses quadrantes está a mudar.

Cerca de quatro crianças por segundo sobrevive até aos 30 anos, mas ainda mais pessoas estão a passar dos 29 para os 30 anos. Portanto, o número absoluto dos que têm menos de 30 diminuirá na próxima década. O número de pessoas acima dos 30 anos é obtido combinando as que ultrapassam o limite de 30 anos (quatro pessoas por segundo) e as que morrem (2 pessoas por segundo).

Da mesma forma, a velocidade com que a população mundial está a tornar-se mais rica também é de cerca de quatro pessoas por segundo – uma combinação de pessoas que nascem em lares de classe média (uma pessoa por segundo) e as que vão enriquecendo devido ao crescimento económico do seu país (três pessoas por segundo).

A maioria dos países está a tornar-se mais velha e mais rica. Na Ásia, países que já são relativamente ricos, como a Coreia do Sul e o Japão, estão a envelhecer rapidamente. A China segue o mesmo caminho. Mas há países que estão retidos nas categorias jovem e pobre, como acontece com os africanos.

Em 2030, avançou o Singularity Hub, o mundo será maioritariamente rico e em grande parte idoso, com 8,3 mil milhões de habitantes, cerca de 700 milhões a mais do que hoje. O mundo terá cada vez menos pessoas pobres, aproximadamente o mesmo número de jovens e adultos e muito mais pessoas idosas e ricas.

Na próxima década, existirão 800 milhões de pessoas acima de 30 anos e 100 milhões a menos de pessoas com menos de 30 anos. Em 2030, haverá 1,8 mil milhões de pessoas com, pelo menos, 11 dólares por dia em poder de compra, enquanto o número de pobres e vulneráveis ​​com menos desse valor diminuirá 1,1 mil milhões.

ZAP //

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