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Eleições nos EUA. Da primeira senadora transgénero à apoiante do QAnon no Congresso

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Sarah McBride / B. Proud / Facebook

Sarah McBride, a primeira senadora transgénero na história dos Estados Unidos

Para além da corrida à Casa Branca, os norte-americanos votaram, esta terça-feira, para eleger os membros da Câmara dos Representantes e do Senado. E já são conhecidas algumas das caras que fizeram história nestas eleições.

Ainda não são conhecidos os resultados das eleições norte-americanas, que opõem o republicano Donald Trump ao democrata Joe Biden, mas já se conhecem algumas das caras que vão compor o Congresso dos Estados Unidos.

Representantes das comunidades LGBT e negra fizeram história no país. No estado de Delaware, Sarah McBride tornou-se a primeira senadora abertamente transgénero na história dos EUA.

“Conseguimos, vencemos as eleições. Espero que esta noite mostre a uma criança LGBTQ que a nossa democracia também é suficientemente grande para ela”, disse, em comunicado, a democrata, de 30 anos, que venceu a sua rival republicana por uma larga margem.

Por sua vez, a democrata Cori Bush vai tornar-se a primeira ativista do movimento “Black Lives Mater” a chegar ao Congresso federal, depois de um ano marcado por protestos contra o racismo e a violência policial.

A democrata, de 44 anos, também fez história como a primeira mulher negra a representar o Missouri no Congresso, e faz parte da ala esquerda do Partido Democrata, como membro da chamada “Brigada”, à qual também pertence Alexandria Ocasio-Cortez.

Enfermeira de profissão, Bush não se esqueceu dos colegas que, este ano, têm tido dias avassaladores devido à pandemia de covid-19.

Sou a primeira enfermeira do Missouri a chegar ao Congresso – no meio de uma pandemia. Enfermeiros em todo o país arriscaram as suas vidas para salvar outros. A classe trabalhadora precisa de representantes que se pareçam com eles e que tenham experienciado as suas lutas. Eu sou essa campeã”, escreveu no Twitter.

Em Nova Iorque, o democrata Ritchie Torres fez igualmente história ao ser eleito o primeiro negro, latino e membro assumidamente gay do Congresso, um marco que dedicou à sua comunidade no Bronx.

“O Bronx é a minha casa, o sítio que me fez ser quem eu sou e é por isso que lutarei no Congresso. Agradeço do fundo do coração aos eleitores a confiança que depositaram em mim”, disse.

Outro candidato democrata do mesmo estado, Mondaire Jones, poderá partilhar o feito histórico de ser dos primeiros congressistas negros assumidamente gays, mas aguarda o fim da recontagem no seu estado, que mostrou uma disputa muito acirrada com a candidata republicana Maureen McArdle Shulman.

Mas a noite eleitoral também está a ser um momento histórico para outros movimentos. Marjorie Taylor Greene, defensora do QAnon, um movimento de extrema-direita que defende a ideia de que Donald Trump está a travar uma guerra secreta contra uma seita mundial de pedófilos satanistas, também foi eleita para o Congresso.

A candidata pró-Trump, que foi criticada por publicar vídeos em que parece argumentar que os muçulmanos não devem poder trabalhar no Governo e compara o movimento “Black Lives Mater” ao grupo supremacista branco Ku Klux Klan, vai representar o bastião republicano no estado da Geórgia na Câmara dos Representantes.

A eleição de Greene, de 46 anos, era dada quase como certa, depois da sua vitória nas primárias republicanas em agosto. “Grande vitória esta noite”, escreveu no Twitter.

https://twitter.com/mtgreenee/status/1323789769298661376?s=20

ZAP // Lusa

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