A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, prometeu esta terça-feira definir antes das eleições locais de maio os termos e a data de um segundo referendo sobre a independência da Escócia, apesar de o Governo britânico se opor à ideia.
“Antes do final desta legislatura, iremos publicar uma proposta de lei que definirá as condições e o calendário para um referendo sobre a independência, bem como a questão que será colocada à população durante este referendo”, anunciou Sturgeon, durante o discurso para marcar a reabertura do Parlamento escocês.
A líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) acrescentou que vai fazer campanha nas eleições para a assembleia autónoma em 2021 pela independência da Escócia, que faz parte do Reino Unido, juntamente com Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.
Em novembro do ano passado, Sturgeon disse que a Escócia estava pronta e perto de ser independente.
A questão da independência foi a referendo em 2014, quando os escoceses votaram 55% para permanecer no Reino Unido, e uma repetição precisa de ser autorizada por Londres.
Nicola Sturgeon acredita que o processo do Brexit mudou a opinião pública porque a Escócia votou esmagadoramente (62%) em 2016 contra a saída da União Europeia (UE), formalizada a 31 de janeiro.
Segundo a chefe do Governo escocês, os desafios colocados pela pandemia de covid-19 são agravados “completa e desnecessariamente” pela teimosia do Governo de Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, em recusar o prolongamento das negociações pós-Brexit com a UE.
Sturgeon viu a popularidade aumentar durante a pandemia, ao contrário de Johnson, criticado pela gestão da crise, e espera capitalizar esse apoio e os bons resultados nas eleições legislativas nacionais de dezembro para forçar Londres a aceitar uma nova consulta pública.
O Governo de Londres opõe-se a uma nova consulta popular, afirmando que os resultados obtidos há cinco anos são a palavra final sobre “um evento único, organizado uma vez em cada geração”.
ZAP // Lusa