Depois do naufrágio de 1912, é a primeira vez que cidadãos terão a oportunidade de visitar um dos mais conhecidos naufrágios da história.
A apodrecer rapidamente e encalhado no oceano a quase quatro quilómetros de profundidade, não parecia haver esperanças de novas viagens para o Titanic, mas a OceanGate Expeditions tem outros planos.
Entre Maio e Setembro dos próximos anos, a empresa vai realizar viagens anuais para visitar o naufrágio. O preço não é para qualquer um: entre 100 e 150 mil dólares para os mais ricos dos mortais, o que equivale a entre 84 e 126 mil euros.
A primeira expedição já arrancou e é composta por uma equipa de investigadores, arqueólogos, biólogos marinhos e, pela primeira vez, turistas. O preço avultado torna esta expedição uma das mais caras actividades turísticas no mundo.
A viagem tem a duração de dez dias e permite aos cidadãos acompanhar e ajudar a equipa a recolher imagens, dados sonares e observar a vida marinha nos destroços, pouco tempo antes do desaparecimento inevitável do navio.
Cada descida demorará 90 minutos e os passageiros terão três horas para explorar os destroços, juntamente com biólogos e especialistas marinhos.
O navio de 109 anos “que nem Deus” poderia afundar está num avançado estado de degradação devido às correntes e por estar a ser consumido por bactérias que se alimentam de ferro. Há previsões que apontam para o desaparecimento do navio em poucas décadas.
“O oceano está a destruir o navio e temos de o documentar antes que desapareça ou que se torne irreconhecível”, revela o presidente da OceanGate Expeditions, Stockton Rush, à AP.
Desde a descoberta do navio em 1985 que o mastro e convés colapsaram. O ninho de corvo e a banheira do capitão já desapareceram e o ginásio perto da grande escadaria também colapsou. A proa está também em risco.
Bill Sauder, um historiador do Titanic que já geriu pesquisas para a empresa que detém os direitos de recuperação do navio, não acredita que a nova expedição vá encontrar algo “digno de notícias de primeira página”, mas revela à AP que pode ajudar, por exemplo, a confirmar onde ficavam os canis do navio.
Considerado o navio mais luxuoso e seguro do mundo, o Titanic naufragou com mais de 1.500 pessoas a bordo na madrugada de 15 de abril de 1912, depois de colidir com um icebergue. A embarcação fazia a sua viagem inaugural, depois de partir de Southampton, em Inglaterra, com destino a Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Uma tragédia, que passados tantos anos, se transforma em maravilha aquática.
Um turismo absurdo, pois não o fazem para outros navios, tais como o Lusitânia, Empress of Canada, entre outros…