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Alfred, Andrew e Ransom estiveram presos durante 36 anos por um crime que não cometeram. Foram libertados

Depois de 36 anos na prisão, três homens condenados por um crime que não cometeram foram afora libertados no estado do Maryland, nos Estados Unidos.

Alfred Chestnut, Andrew Stewart e Ransom Watkins eram adolescentes quando foram detidos e condenados a prisão perpétua, depois de terem sido acusados de matar DeWitt Duckett, um jovem da mesma idade, com um tiro no pescoço no caminho da escola que frequentava, uma secundária de Baltimore, no Estado de Maryland, nos Estados Unidos.

O trio de Maryland (ou o trio de Harlem Park como também ficaram conhecidos) foi detido em novembro de 1983. Agora, 36 anos depois, sabes-se que os três homens são inocentes e que, durante as investigações, a polícia ignorou e ocultou relatos de várias testemunhas que identificavam outra pessoa como sendo o verdadeiro assassino.

Aliás, durante as investigações, nenhuma das testemunhas conseguiu identificar qualquer um dos adolescentes, quando confrontadas com as fotografias.

Em comunicado, o gabinete da procuradora da cidade de Baltimore, Marilyn Mosby, avança que “os detetives fizeram destes três jovens negros de 16 anos um alvo e coagiram outras testemunhas da mesma idade a defender a sua teoria”. “As provas materiais que poderiam ter libertado os adolescentes foram ocultados da defesa e do júri.”

De acordo com o Público, o caso foi reaberto este ano depois de uma carta que Alfred Chestnut escreveu à advogada estatal na qual garantia que o trio era inocente. Depois de vários anos, conseguiu obter através de um registo público os documentos que o juiz da altura havia selado.

O tribunal de Baltimore tem um departamento que se dedica a descobrir casos de condenações injustificadas. Esta segunda-feira, Chestnut, Stewart e Watkin foram  libertados no que é descrito pelo gabinete da procuradora como um “anúncio extraordinário”.

Em conferência de imprensa, Mosby agradece aos homens, “do fundo do seu coração”, por não desistirem de afirmar a sua inocência durante décadas, sublinhando que merecem “mais do que um pedido de desculpas” e que são dignos de uma verdadeira “compensação”.

Hoje não é uma vitória. É uma tragédia porque roubaram a estes três homens 36 anos de vida. Em nome da Procuradoria, permitam-me dizer que lamento. O sistema falhou-vos e nunca deviam ter visto o interior de uma cela”, afirmou, citada no comunicado do seu gabinete.

Em Maryland, não há nenhuma legislação que permita compensar aqueles que foram condenados por um crime que não cometeram. No entanto, a procuradora referiu que essa será uma das suas batalhas daqui para a frente.

ZAP //

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