O Presidente do Azerbaijão nomeou a mulher para ser vice-presidente do país, cargo que foi criado através de um referendo constitucional e que está a ser muito contestado pela oposição.
Na passada terça-feira, Ilham Aliyev anunciou que nomeou a mulher para a vice-presidência do país. De acordo com a Al Jazeera, esta decisão surge depois de, no ano passado, ter sido feito um referendo constitucional apenas para criar o cargo.
Mehriban Aliyeva, de 52 anos, é licenciada em Medicina, preside ao partido do marido, o Yeni Azerbaijan, foi embaixadora da UNESCO e liderou a Heydar Aliyev Foundation, uma associação de solidariedade com o nome do ex-presidente do país e pai de Ilham.
A primeira-dama, agora também vice-presidente, nasceu no seio de uma das famílias mais ricas e influentes do país, os Pashayev, que detêm várias empresas na área da banca, seguradoras e construção.
Além deste cargo, a revisão constitucional prevê ainda um outro vice-presidente, cargo esse que ainda não foi ocupado, mas já há rumores de que possa ser para o filho do casal, que tem apenas 19 anos, uma vez que não existe idade mínima para o seu titular.
A oposição está revoltada com esta decisão, considerando que é anti-democrática e que é mais uma forma da família presidencial enriquecer graças ao Estado.
Em declarações à Reuters, Ali Kerimli, líder de um dos partidos da oposição, diz que “esta nomeação mostra desrespeito pelo povo” e é “o primeiro passo para estabelecer uma monarquia absoluta“.
“Esta medida põe o Azerbaijão de volta aos tempos medievais e feudais“, afirma ainda o líder do partido Musavat, Isa Gambar, à agência AFP.
Aliyeva é conhecida por ter um estilo de vida luxuoso e pela elegância e requinte em todos os eventos públicos em que marca presença.
Em certas conversas de diplomatas norte-americanos, divulgadas pela WikiLeaks, a primeira-dama foi acusada de ter problemas em “fazer certas expressões faciais” devido às frequentes “cirurgias plásticas” e de ter poucos conhecimentos sobre a vida política.
Os telegramas tornados públicos em 2010 também criticam a agora vice-presidente por usar vestidos que, até no Ocidente, seriam considerados “demasiado provocadores”, escreve a Al Jazeera.