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Presidente da CGD vai acumular salário de mil euros por dia com reforma e prémios

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Manuel de Almeida / Lusa

O ministro das Finanças, Mário Centeno

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), António Domingues, vai poder acumular o seu salário no banco – mais de mil euros por dia – com a pensão de reforma a que tem direito pelos descontos que fez no BPI.

A notícia é avançada pelo Público, que destaca que António Domingues vai poder juntar ao seu salário mensal de 30 mil euros, como presidente da CGD, o valor da reforma a que tem direito pelas funções que exerceu no BPI.

O ex-vice-presidente do BPI tem direito a receber essa pensão a partir de 1 de Janeiro de 2017 e a lei permite-lhe “trabalhar depois de se reformar, como já acontece noutros casos”, sustenta o jornal.

(dr) nos.pt

António Domingues, novo presidente da Caixa Geral de Depósitos

António Domingues, novo presidente da Caixa Geral de Depósitos

O vencimento de Domingues na CGD, da ordem dos 423 mil euros anuais, dá qualquer coisa como “1.011 euros por dia”, segundo as contas do Público, que sustenta que representa “um aumento de 70% face aos 16,5 mil euros atribuídos ao anterior presidente José Matos”.

O novo CEO do banco público fica com um salário no mesmo patamar do presidente do Banco Santander, Vieira Monteiro, que ganha 41 mil euros mensais, e do presidente do Novo Banco, António Ramalho, que tem um vencimento de 24 mil euros.

Mas além do ordenado fixo, Domingues ainda “terá direito a um prémio anual de desempenho que pode ascender a cerca de metade do seu ordenado anual”, salienta o Público, destacando que pode vir a amealhar 600 mil euros anuais.

Os restantes seis membros da Comissão Executiva da CGD, Emídio Pinheiro, Henrique Menezes, João Paulo Martins, Paulo da Silva, Pedro Leitão e Tiago Marques, vão auferir 24 mil euros por mês e os elementos não executivos, Angel Corcóstegui Guraya, Herbert Walter e Pedro Norton de Matos, terão direito a 3.500 euros por mês,  avança o Público.

O jornal repara que o ex-presidente da CGD e agora vice-presidente não executivo de Domingues, Rui Vilar, recusou qualquer remuneração pela função.

Nem só a questão dos salários da nova administração da CGD dá que falar: o comentador Marques Mendes revelou no seu espaço de comentário na SIC, no domingo à noite, que “o Governo “desobrigou” os gestores da Caixa” de apresentarem as suas declarações de rendimento, circunstância que é requisito para todos os gestores públicos.

Marques Mendes cita o decreto-lei 39/2016, do passado 28 de Julho, e diz que ou “é um lapso” do governo e “tem de ser corrigido” ou “é intencional e é gravíssimo”.

O ex-líder do PSD considera “gravíssimo que passemos a ter um regime de excepção para a Caixa que ninguém compreende”.

Passos diz que Domingues anda a “atirar areia” à cara das pessoas

O governo socialista é ainda alvo das críticas de Passos Coelho que pede “explicações cabais” sobre o que consta nos planos de recapitalização e de reestruturação da CGD.

Reagindo a uma carta de António Domingues, divulgada pelo Público, em que acusa o líder do PSD de faltar à verdade, afirmando que nunca teve acesso a informação privilegiada antes de assumir a presidência da CGD, Passos considera que é mesmo necessário que haja um esclarecimento do governo.

“Depois daquilo que veio a público, ou o plano de recapitalização não teve informação adequada e é uma mistificação política, e então o presidente da Caixa perdeu uma boa oportunidade para estar calado, ou então teve acesso a informação e não está a desmentir o que eu disse”, considera Passos.

Sublinhando que o actual presidente da CGD já negociou antes planos de recapitalização de um banco com a Direcção-Geral da Concorrência, Passos afirma que essa negociação exige informação para além do balanço e dos dados que são públicos.

“Se é para andar a atirar areia para a cara das pessoas, não valia a pena estar a pagar aos novos administradores o dobro do que pagavam aos anteriores. É um mau começo“, diz, sublinhando que não é possível negociar um “plano de recapitalização sem pelo menos deter informação sobre a carteira de clientes e a carteira de trading de um banco”.

O social-democrata pede “seriedade” quando se está a “falar de muito dinheiro público, dos contribuintes portugueses, que vai ser afecto à recapitalização” da CGD.

ZAP / Lusa

14 Comments

  1. Esta gentalha de ladros, vigaristas não tem NADA. Andam a tirar a quem pouco ou nada tem tais como reformas miseráveis p/ atribuírem salários, reformas e prémios!! sobre a incapacidade e as vigarices. Para este tipo de serviços e trabalho nós Portugueses não queremos esta gentalha, nem estes desgovernantes. Vão embora vocês são piores que as sanguessugas NUNCA estão saciados

  2. Já começaram a preparar os “tachos” que vão receber quando deixarem de ser ministros. Já os do antigo partido o fizeram e agora é a vez deste. Mudam os ladrões mas o poleiro continua o mesmo é assim a politica portuguesa.

  3. Enquanto o pobre desgraçado vegeta com 300 euros mensais (ou menos) e aqui d’el rei porque vamos aumentar as pensões mais baixas em 10 € mas só em Agosto (!) e até lá desenrasquem-se, estes f… da… roubam a todos nós estes valores absolutamente absurdos, como se não tivessem boca nem c… igual a todos os outros, cambada de gatunos. estamos todos f… se não abrirmos rapidamente a pestana e exterminarmos com estes pulhas todos.

  4. Também já pensei assim mas se fosse eu fazia igual pois o povo só tem o que merece, sim pois a culpa é deste que começou a muitos anos atrás a deixar que estes tomassem conta de tudo o que é nosso e que agora já nada é nosso.
    O povo desde a muitos anos virou individualista do tipo eu estou bem o meu vizinho que se fod…. e por isto digo que é mesmo bem feita para o nosso povo que assim se tornou e os deixou fazer o que querem, alias se fosse eu actualmente e pudesse ainda faria bem pior gamava tudo o que tinha a gamar e desaparecia deste podre Pais.
    Alguém vai dizer a pois mais um que pensa assim e é por isso que o Pais está neste estado, engano pois continuo a trabalhar que nem um cão para no final ter uma reforma de merd… apenas deixei de acreditar num povo que se tornou bem mansinho em relação ao que lhe devia dizer respeito e nem ligam apenas querendo saber de futebol e novelas.
    Vem os taxistas e fazem uma porra de uma greve que só incomoda quem trabalha,vem os estivadores e mais do mesmo,vem o zé da esquina e mais do mesmo, ora nunca vi o povo se juntar de uma vez e parar o Pais e quando digo parar é parar até os problemas serem resolvidos e enquanto isso não acontecer os políticos e espertos deste Pais não param nunca pois sabem que este tipo de greves individualistas nunca dão em nada, acordem povo preguiçoso antes que seja impossível resolver os nossos problemas.

  5. A actual situação miserável em que a maioria do povo deste país está devido a estes
    oportunistas, malabaristas e aldrabões só mudará quando a justiça de Fafe voltar a
    funcionar.

  6. se o novo vice presidente não executivo Rui Vilar, que até já foi presidente da CGD há muitos anos, e naturalmente já esta reformado, aceitou exercer o cargo pro bono, não venha o Primeiro Ministro dizer que é necessário pagar os valores do mercado ao novo presidente. Qual mercado? O de pessoas capazes ou o dos administradores dos bancos que estebeleceram para si um patamar de salários vergonhoso? Não devia ser permitido salários em funções públicas superiores ao do Primeiro Ministro, acima disso só remunerações variáveis em função de resultados.
    Para completar este ramalhete, o facto do novo presidente sair aos 60 anos do BPI com uma reforma que deve ser dourada quando o resto do pagode tem de esperar pelos 66 anos, e o governo ter o desplante de permitir que um reformado dourado ainda vá acumular com um ordenado principesco é demasiado mau para ser verdade, também para a ética e moral desse senhor.

  7. Isto é completamente obsceno, uma vergonha e um escândalo. Dizem-se estes senhores socialistas, aconselho vivamente a que revejam a sua ideologia politica para algo de muito diferente: oportunistas, lobistas, sem vergonhistas, favorcistas. Socialistas é que já não são.

  8. Já por mais que uma vez me identifiquei com este governo mas, contrariamente a muitos, não sou sectário nem fanático. Sou absolutamente contra esta acumulação entre salário e pensão. É escandaloso que alguém supostamente reformado ( e portanto com direito a usufruir legitimamente da sua reforma/ pensão) vá ganhar um vencimento significativo acumulando-a com a reforma. É vergonhoso!
    Em condiçòes normais, não me escandalizo que alguém que seja competente, entre no setor publico, auferindo uma verba em linha com o setor publico, agora acumular ordenado com pensão é que não. É chulice e devia envergonhar quem propôs isto.

  9. Pois pois, depois de tudo dito a este respeito e também por muitas outras situações graves, feitas por este e outros governos anteriores, que tal passarmos à ação, forte e feio, todo o povo, eu estou mais que pronto……

  10. O que mais me revolta é que todo o sistema bancário português pode ruir a qualquer momento e é o contribuinte que tem de suportar isto tudo. Eu acho escandaloso virem dizer que o público é diferente do privado mas, no entanto, querem colocar os salários iguais ao do privado e ainda mais escandaloso é dizer que o privado é diferente do sector público e no final de contas, se um banco privado for à falência é o contribuinte que tem de injectar capital nesse banco que é dinheiro público. Eu não quero pagar os meus impostos para pagar coisas do privado à qual o sector público nada tem a haver! Que paguem os que fizeram asneiras..cada um responsabiliza-se por aquilo que faz…Se é privado é privado e o público é o público. Só misturam e comparam quando lhes convém. Vejam o caso do BES, BANIF, BPN, BPP… já foram estes e quantos mais virão?!?!?! POVO …ACORDA

  11. Pois é…a Segurança Social recusa uma reforma antecipada por desemprego de longa duração a um trabalhador independente com 36 anos de descontos e apenas os últimos 6 como independente… o que pensar quando se lê notícias destas?

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