Presidente da Câmara do Funchal arguido no caso da queda de árvore

Homem de Gouveia / Lusa

Além do presidente da Câmara do Funchal, também foram constituídos arguidos a vereadora do Ambiente e um outro funcionário da autarquia.

O presidente da Câmara do Funchal, Paulo Cafôfo, a vereadora do Ambiente, Idalina Perestrelo, e um funcionário da autarquia foram constituídos arguidos no âmbito do inquérito à queda de uma árvore na freguesia do Monte, avança o Expresso.

A tragédia aconteceu a 15 de agosto do ano passado, antes de uma procissão em honra de Nossa Senhora do Monte, padroeira da ilha da Madeira. A queda do carvalho centenário matou 13 pessoas e feriu outras 49.

De acordo com o semanário, o inquérito esteve envolto em polémica desde o início. Numa primeira fase, o Ministério Público autorizou uma peritagem da autarquia ao local, mas ao fim de três dias vedou o acesso e foi nessa altura que entrou em ação a PJ.

Desde o dia da tragédia que se fala em possíveis responsabilidades públicas uma vez que, dias antes do início dos festejos, a Junta de Freguesia do Monte solicitou através de um ofício uma vistoria ao Largo da Fonte por causa da queda de ramos de plátanos. Segundo o Expresso, a resposta da Câmara foi de que seria feita quando fosse oportuno.

Na altura, Paulo Cafôfo, garantiu que a árvore “nunca esteve sinalizada como estando em perigo de queda e nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate”.

O autarca afirmou ainda que o carvalho “não estava amarrado a qualquer cabo” e que estava num terreno privado, mostrando documentos dos anos 50 do século passado que davam os terrenos como propriedade da paróquia. Um facto que levantou nova polémica, com a Diocese a alegar que não tinha registo do terreno como sendo seu, recorda o jornal.

O presidente da Câmara já confirmou que é arguido e garantiu que está de “consciência tranquila”. “Confirmo a minha constituição como arguido no decurso do inquérito mandado instaurar na sequência da queda de uma árvore ocorrida no dia 15 de agosto de 2017, na freguesia do Monte”, afirma Paulo Cafôfo, em comunicado.

“Nestas circunstâncias, comuns em processos desta natureza, colaborei sempre com a investigação, prestei todos os esclarecimentos e forneci ao processo todos os elementos para que se possa efetivamente apurar a eventual existência de responsabilidades“.

O autarca, reeleito nas eleições autárquicas de 1 de outubro, diz que continuará “absolutamente disponível para cooperar e colaborar com a investigação”.

Estou de consciência tranquila em relação à minha atuação e ao meu dever para com a segurança dos funchalenses. O meu primeiro pensamento estará sempre com as vítimas deste acontecimento que ficará para sempre na minha memória”, declara.

ZAP // Lusa

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