O correspondente brasileiro da UOL na Europa, Jamil Chade, publicou uma carta aberta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, indicando que a sua visita ao Brasil, em plena campanha eleitoral, está a ser aproveitada como prova de força de Jair Bolsonaro.
“Carta ao presidente de Portugal: ajude-nos a resgatar nossa independência”. É com este título que Jamil Chade, corresponde na Europa da plataforma brasileira de conteúdos informativos, UOL, faz publicar uma crónica sobre a presença de Marcelo Rebelo de Sousa nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.
O chefe de Estado aceitou o convite de Bolsonaro para estar presente nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil sem conhecer o programa. Estará no Palácio do Planalto, numa cerimónia para a qual foram convidados os presidentes dos países de língua oficial portuguesa.
Na carta, o jornalista lançou um apelo em nome do que considera ser a “fragilidade da democracia” brasileira: “como o senhor [Marcelo] deve já saber, sua presença será amplamente manipulada”, escreveu Jamil, para quem as cerimónias não serão “uma comemoração de nossa independência. Mas um sequestro da data pela extrema direita para justificar mais um triste capítulo de nossa história”.
Recentemente, as autoridades brasileiras conseguiram que Portugal cedesse o coração de D. Pedro IV (I Imperador do Brasil) para estar presente nas celebrações. O coração – doado em testamento pelo monarca à cidade do Porto – nunca antes tinha viajado e Bolsonaro concedeu honras de Estado à ‘viagem’ do coração real.
“Uma data como a de 2022 deveria ser a ocasião para que façamos, de forma conjunta, um exame de consciência, uma busca por reconhecimentos mútuos de fracassos e êxitos. E, acima de tudo, para que tenhamos a coragem de traçar caminhos para levar “novos mundos ao mundo”, como vocês diriam”, escreveu igualmente o jornalista.
Para Jamil, o Brasil vive altualmente “numa encruzilhada” e “o estado milícia ganha terreno” com a Presidência de Bolsonaro. Os avisos a Marcelo são diretos: “o senhor, como num conto do realismo mágico latino-americano, é convidado a fazer parte deste momento”.
“Ouvi dizer que a Força Aérea Brasileira vai trazer ao Brasil o coração de dom Pedro que está preservado em vossas terras e não entrou em combustão nos incêndios que devastaram nosso acervo do passado – e nosso sonho de futuro. Se aqui eu puder lhe pedir algo só entre nós, aproveite e apronte uma boa piada com o governo brasileiro. Sei que outra característica sua é o bom humor. Então, num pacotinho bem escondidinho, “manda novamente algum cheirinho de alecrim”. Alguns de nós entenderemos. Seria giro”, indicou ainda Jamil.
“É decisão soberana do senhor pisar ou não em terras brasileiras neste momento”, disse ainda, para quem “uma ausência seria tão presente quanto uma viagem cruzando o mar do destino que nos une”.
E continuou: “uma presença responsável seria tão épica quanto abrir um novo capítulo neste destino que busca um porto seguro para a democracia. Apenas lhe peço, humildemente, muita sabedoria e um compromisso com nossa independência. Desta vez, não me refiro à independência em relação aos colonizadores. Mas de nossos próprios demônios. Os mitológicos e os reais. Saudações democráticas”.
A esquerda porreira pá é que é fixe! Pedidos antidemocráticos em nome da democracia de esquerda?
Vàààààà…. Lenine , não desesperes ! ….a próxima visita talvez seja a Rússia apertar o bacalhau ao Putin !
Que tristeza , jà não pode ir o Homem visitar a Familga !
Dom pedro 4 ( Dom pedro 1 no Brasil); Acho bonito a homenagem e a honraria, depois de 200 anos de independência.
Na época o Dom pedro em questão fez uma carta ao povo a famosa carta do Fico os restos da Leopoldina que era a esposa dele na época está no Brasil.
Liberdade uma simples palavra mas com um valor inestimável.