/

Ligações familiares no Governo tomam conta da pré-campanha eleitoral

Este fim de semana, as ligações familiares entre membros do Governo, de gabinetes governamentais e dirigentes máximos do PS marcaram o discurso político pré-eleitoral.

Este domingo, Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, pronunciou-se sobre o assunto e no sábado, foi a vez de Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD, apelar ao Presidente da República para agir sobre a situação.

Aos jornalistas, Catarina Martins afirmou que “deve haver reflexão dentro do Governo e no PS” sobre a existência de ligações familiares dentro do Governo e entre este e a cúpula do partido, embora desvalorizasse as críticas que sobre este assunto têm sido feitas por figuras do PSD, em particular Paulo Rangel, considerando que “como a direita está sem projeto, liga sobretudo a casos”.

Além disso, adianta o Público, a líder do Bloco defendeu que esta é uma questão de “prática política”, alegando que “a democracia precisa de mais espaço para respirar“.

“Julgo que toda a gente percebe. Eu bem sei que Portugal é um país pequeno, mas todos nós percebemos a necessidade de pensar sobre estas matérias, para que os cargos públicos não sejam ocupados tendencialmente por um grupo de pessoas com muitas afinidades”, atirou.

Por seu turno, Paulo Rangel disse, em entrevista á Lusa no sábado, que o Presidente da República já devia ter avisado o primeiro-ministro para não repetir o que chama de “promiscuidades familiares” no Governo.

O facto de em Portugal as pessoas “não rasgarem as vestes e não se escandalizarem com isto é sinal de uma certa doença e de um adormecimento da democracia”.

“Eu acho que aqui o próprio Presidente da República, que desvalorizou o caso, não devia desvalorizar, não é salutar para a democracia, atirou, sublinhando que Marcelo “devia ter advertido o primeiro-ministro de que não deveria fazer isso”.

Para Rangel, a existência de vários casos de ligações familiares em gabinetes de governantes de António Costa “não é normal e constitui um atentado gravíssimo ao princípio republicano”.

Referindo-se aos casos dos ministros Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino, José Vieira da Silva e Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos e ao secretário de Estado Duarte Cordeiro, ironizou: “No Conselho de Ministros, tem um marido e mulher, um pai e filha. Tem agora uma chefe de gabinete do sucessor do marido, cuja mulher também gere um fundo.”

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.