Pergunta de antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros. Rosário Partidário fala em relatório à “prova de bala”.
É semana de desenvolvimentos sobre o novo aeroporto na zona de Lisboa.
A comissão técnica independente apresentou o aguardado relatório, que aponta para Alcochete como a melhor solução. A alternativa é Vendas Novas.
Rosário Partidário, líder da comissão, rejeitou as críticas que já surgiram e defendeu o documento: “Acredito neste trabalho. Fizemos o máximo, o melhor possível, sobretudo devido às circunstâncias”.
“Tivemos sempre como ponto assente que este relatório teria de estar à prova de bala“, continuou Rosário Partidário, na RTP.
Umas das críticas surgiu na voz de José Luís Arnault, presidente do conselho de administração da ANA, que preferia o aeroporto no Montijo: “Portugal tem um problema de curto prazo e a solução que é fazível em 36 meses e que custa 0 ao contribuinte é o Montijo”.
Rosário Partidário tem outra perspectiva: “A comissão defende o interesse nacional; a ANA procura lucro numa solução provisória“.
A responsável reforçou ainda que é impossível apresentar uma solução sem impacto para o ambiente: “Não há nenhuma solução que não tenha impactos ambientais, ok? A solução que apresentamos não é a pior do ponto de vista ambiental”.
E, neste contexto, volta a contrariar a ANA: “A pior solução é Montijo porque vai sobrevoar a Reserva Natural do Estuário do Tejo”.
Fazer como na Turquia?
Na apresentação do relatório, Rosário Partidário avisou que o novo aeroporto só estará a funcionar em pleno oito ou nove anos depois do início do projecto. “Não é possível ser mais breve”, assegurou.
Carlos Matias Ramos discorda. O antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros acha que a estrutura poderia estar pronta mais cedo.
E dá um exemplo turco: “O prazo estabelecido para a construção do aeroporto em Istambul foi de 5 anos. E Istambul tem 90 milhões de passageiros por ano, o triplo do que temos na Portela”.
“Eu pergunto: a Turquia consegue fazer um aeroporto com aquelas dimensões em 5 anos; e nós não conseguimos fazê-lo no mesmo período?“, questionou Carlos Matias Ramos, na Antena 1.