O Snow Cruiser era um veículo de exploração enorme enviado ao Pólo Sul em 1939 que ficou preso após desembarcar na Antártida e foi abandonado alguns anos depois. Redescoberto sob vários metros de neve e gelo em 1958, o veículo está perdido há mais de 60 anos.
Porém, de acordo com o The Drive, que falou com os investigadores Ted Scambos e Clarence Novak, um novo estudo descreve uma área de pesquisa aproximada com base em mapas históricos e dados oceanográficos e detalha as prováveis localizações de outros artefactos da era do Snow Cruiser.
O Snow Cruiser, construído em apenas 11 semanas no verão de 1939 a um custo de 128 mil euros, seria a base móvel da Antártida. Foi projetado por Thomas Poulter, que quase morreu depois de ficar preso num acampamento perto do Pólo Sul numa expedição anterior.
Poulter imaginou que um centro de pesquisa móvel seria muito mais seguro e eficaz. Assim, decidiu construir um com cerca de 17 metros de comprimento e 4,8 metros de altura.
Com quatro rodas maciças, o Snow Cruiser tinha acomodações para cinco tripulantes e podia mover-se a uma velocidade de 48 quilómetros por hora – pelo menos em solo sólido. Ficou rapidamente claro ao chegar à Antártida que não o conseguia fazer na neve.
Depois de uma jornada árdua – a maior parte da qual foi feita ao contrário para melhor tração -, o Snow Cruiser chegou à base antártica chamada Little America III, perto da Baía das Baleias no Mar de Ross. A tripulação converteu-o num bunker fixo até 1941, quando foi marcado por algumas estacas de bambu e abandonado devido ao início da II Guerra Mundial juntamente com o resto da Little America III.
A máquina foi localizada em 1946 enquanto era lentamente enterrada na neve e no gelo que se acumulavam, e novamente em 1958 depois que uma equipa localizou o topo dos seus postes de sinalização e cavou até ela com uma escavadora. Depois disso, o Snow Cruiser nunca mais foi visto.
Hoje, encontrar o Snow Cruiser não é só uma questão de cavar. A plataforma de gelo na qual Little America III estava localizada fraturou e partiu-se em vários icebergues enormes. Um deles carrega destroços visíveis do acampamento que foi avistado pelos marinheiros do USS Edisto em 1963 no Mar de Ross.
Este grande pedaço de gelo flutuou a cerca de 18 quilómetros da costa, mas Scambos e Novak acham improvável que o Snow Cruiser estivesse nele – pelo menos quando foi localizado -, dizendo que “a posição relativa dos hangares, postes, e o Snow Cruiser [baseado num mapa da área feito em 1941] torna quase certo que o Snow Cruiser se separou do icebergue de Edisto em algum momento anterior”.
É muito mais provável que o Snow Cruiser estivesse num icebergue mais pequeno ao redor da Baía das Baleias ou já se tivesse separado do icebergue Edisto antes. De lá, o icebergue que carregava o Snow Cruiser provavelmente teria flutuado para o norte ou oeste ao longo da costa da plataforma, batendo na plataforma enquanto avançava e lentamente erodindo.
Isto significé que o Snow Cruiser, em algum momento de 1962, foi depositado de um iceberg no oceano em algum lugar ao longo da Plataforma de Gelo Ross.
Ted Scambos e Clarence Novak
Recorrendo a forografias de satélite de 1962,Scambos e Novak criaram um mapa das possíveis localizações do Snow Cruiser. Scambos e Novak pensam que o Snow Cruiser, assim como muitos outros artefactos da área, estão espalhados ao longo do fundo do oceano numa área de 24 quilómetros de largura ao longo da frente de gelo.
O único problema é que a área está coberta por gelo. Porém, Scambos disse que nem tudo está perdido. Grandes pedaços de gelo, às vezes, separam-se da plataforma, descobrindo a área. Isso significa que, da próxima vez que isso acontecer, um navio poderá ser enviado para a área para procurar os artefactos.
A profundidade também é razoavelmente rasa, com apenas entre 400 e 800 metros, o que significa que um resgate seria teoricamente viável.
