Solução terá que estar no Parlamento. Portugueses rejeitam maiorias absolutas à esquerda e à direita

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António Cotrim / Lusa

Maioria dos inquiridos considera que as eleições antecipadas deveriam ter sido evitadas e que o chumbo do Orçamento do Estado foi um erro.

Apesar das vontades dos dois principais líderes políticos portugueses convergirem para a maioria absoluta — mesmo que não o digam diretamente, optando por eufemismos —, os eleitores não parecem convencidos. Tal é visível através das sondagens relativas às intenções de voto para as próximas eleições legislativas, mas também nos estudos de opinião relativos à solução governativa que deve existir depois de 30 de janeiro.

De acordo com uma nova sondagem da Intercampus para o Negócios, o Correio da Manhã e CMTV, 60,5% dos inquiridos recusa uma maioria absoluta do Partido Socialista, ao passo que apenas 28% considera que esta seria uma solução positiva para o país. No caso do PSD, o valor dos que recusam uma maioria absoluta é maior, 70%. Como tal, existe uma clara rejeição dos eleitores para uma solução governativa que passe apenas por um partido, apesar das tentativas de associar este resultado a maior estabilidade para o país.

De facto, os eleitores mostram preferir uma solução governativa à esquerda, ou seja, liderada pelo PS mas em parceria com Bloco de Esquerda e CDU — seja ela em formato Governo (com representantes de todas as forças partidárias no Executivo) ou em acordos pontuais. No que respeita ao parceiro preferencial para o PS, os portugueses apontam o Bloco de Esquerda (52,3), mesmo com as relações tensas com que os dois partidos ficaram após o fracasso das negociações para o Orçamento do Estado para 2022. A CDU merece a preferência de apenas 30,8%, numa diferença considerável para os vizinhos de esquerda.

Já a famosa possibilidade de um Bloco Central, com PS e PSD unidos para viabilizar uma solução governativa, só agrada a 11,7% dos inquiridos.

Regressando a outubro, à votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022, os portugueses distribuem as culpas da crise política que motivou a convocação das eleições por PS e BE e PCP — 32,2% diz que os socialistas são os culpados, enquanto 34,3% culpa bloquistas e comunistas. Ainda assim, mais de 60% dos inquiridos acreditam que as legislativas antecipadas deveriam ter sido evitadas e que o documento apresentado pelo Governo nunca deveria ter sido chumbado.

ZAP //

4 Comments

  1. se não houver maioria absoluta, vão ter que fazer gerinçonças e os partidos como Be e CDU vão volatr a fazer as mesmas exigências que fizeram quando chumbaram o orçamento…….

  2. “Portugueses rejeitam maiorias absolutas à esquerda e à direita.”

    Ficou uma questão por responder: e maiorias ao centro?

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