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Portugueses criam puxador de porta que dispensa usar as mãos

A Shapetek, uma empresa de metalomecânica de Pombal, irá produzir um dispositivo para abrir portas sem mãos, evitando assim o contágio de Covid-19, cujo protótipo já foi desenvolvido pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra — ISEC.

Com o nome “COVID – Doors Openers”, o mecanismo permitirá a abertura de portas sem usar as mãos, sendo a sua aplicação destinada a locais de grande afluência de pessoas como centros de saúde, hospitais, zonas comerciais, escolas, centros de dia ou lares de idosos, explicou à Lusa Luís Roseiro, responsável pelo Laboratório de Biomecânica do ISEC e coordenador do projeto.

“É um projeto em consórcio que envolve a empresa Shapetek, o Centimfe [Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos], a ESEC [Escola Superior de Educação de Coimbra] e a Lux Casa, com vista à comercialização do dispositivo”, adiantou o investigador.

Luís Roseiro adianta que o produto assenta “num mecanismo que seja multifuncional, que possa ser adaptado a qualquer tipo de porta e de abertura, que se traduza de forma harmoniosa no meio onde vai ser introduzido e que convide à utilização por parte do utilizador”.

O dispositivo, que ainda está numa fase embrionária, possui uma “componente dinâmica e ergonómica que se traduzirá no conforto da utilização por parte de quem vai usar esse sistema, não recorrendo à mão, mas a outras partes do corpo, que por norma não entram em contacto com o rosto, o que vai diminuir o risco de contágio”.

“No seguimento da pandemia deparámo-nos com algumas dificuldades: Como é que vamos abrir as portas sem utilizar as mãos? São aquelas superfícies em que estamos constantemente em contacto”, revelou a gestora de projetos de investigação e desenvolvimento da Shapetek, Nicole Lourenço, ao afirmar que a empresa desafiou a academia a desenvolver o produto.

Segundo esta responsável, a empresa pretende que o dispositivo se “diferencie de tudo o que já existe” e foi uma “oportunidade” para a Shapetek se “expandir para outras áreas de negócio”.

A ergonomia do produto foi desenvolvida para “se adaptar a pessoas com necessidades especiais”.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, visitou esta terça-feira a Shapetek, depois de passar pela Socém, em Alcobaça, e pela Sensing Evolution, em Leiria.

“Durante a pandemia abrimos avisos em duas áreas: inovação produtiva e de investigação e desenvolvimento. A ideia foi estimular a produção ou o desenvolvimento de produtos ou soluções tecnológicas que nos estavam a fazer muita falta durante a pandemia e dos quais estávamos dependentes do exterior. Até ao momento já aprovámos cerca de 600 candidaturas que envolvem cerca de 115 milhões de euros de FEDER, o que deve rondar, em termos de investimento, 150 a 200 milhões de euros em projetos muito variados”, afirmou a ministra.

A governante manifestou-se “muito satisfeita” com os “três excelentes exemplos” que viu e salientou que “uma das condições era que estes projetos continuassem a ser válidos no período pós-pandemia e que ajudassem estas empresas a serem mais competitivas internacionalmente”.

“Pude ver in loco onde estamos a aplicar o dinheiro dos contribuintes europeus e verificámos como é que três empresas em pleno período de pandemia aproveitaram para diversificar o seu negócio, pois passam a ter outro tipo de produtos e de serviços”, frisou.

// Lusa

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