A diminuição do número de testes e o aumento da taxa de resultados positivos “deve ser um sinal de alerta”, avisa Tiago Correia, especialista em saúde internacional.
O aumento do índice de transmissibilidade do novo coronavírus em Portugal “pode sinalizar o início de um período de crescimento da epidemia”, indicava um relatório divulgado pelo Instituto Ricardo Jorge esta sexta-feira.
No entanto, o agravamento deste indicador, aliado ao aumento da taxa de incidência, não se está a fazer acompanhar de um aumento no número de testes realizados.
A diminuição do número de testes e o aumento da taxa de resultados positivos “deve ser um sinal de alerta”, avisa Tiago Correia, especialista em saúde internacional, em declarações ao jornal Público.
Nos últimos sete dias, foram realizados cerca de 256 mil testes à covid-19 — uma queda significativa relativamente aos 450 mil testes realizados entre 21 e 27 de abril, por exemplo. O número de testes tem vindo a descer desde essa altura.
Tiago Correia não encontra uma explicação imediata para a diminuição do número de testes realizados a não ser “alguma sensação falsa de segurança e de que a situação já passou”.
Ainda assim, o especialista acredita que o comportamento das pessoas se vai adequar à situação epidemiológica do país.
“Acredito que, perante as notícias e evidências dos últimos dias, o comportamento das pessoas se vá novamente sintonizar com a situação. Se há coisa que temos aprendido é que as pessoas também vão alterando os seus comportamentos em função da situação epidemiológica. Há uma semana, a comunicação era direcionada para a ideia de ‘estarmos no verde’ e é normal que as pessoas relaxem. Agora, ao dizer-se ‘estamos no amarelo’ e ‘Lisboa está em risco de confinar’, as pessoas vão ter essa perceção e vão resguardar-se um pouco mais”, disse o professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa (IHMT-UNL).
Enquanto o número de testes realizados diminui a olhos vistos, a taxa de positividade dos testes tem vindo a subir, ainda que muito ligeiramente.
Nos últimos sete dias, a taxa de positividade foi de 1,2%, valor ligeiramente acima ao registado na semana passada (1,1%) e há duas semanas (1,0%), salienta o Público.
Tiago Correia frisa que é preciso que a testagem continue a acompanhar o desconfinamento para que não exista um aumento de casos nas próximas semanas.
Com o recente aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, o Governo já admitiu que vai avançar com a testagem massiva, a vacinação, o rastreamento e um reforço de ações ao nível da saúde pública.
“O aumento da transmissibilidade e da incidência, seja em que circunstâncias for, preocupa-nos, mas diria que é um sinal de alerta, não de alarme. É importante que isto fique bem definido. Mas, obviamente, que temos de fazer um reforço nas medidas e nas estruturas que nos permitam controlar a gestão de qualquer possibilidade de evolução da doença”, disse o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, em entrevista ao Diário de Notícias.
A que abrandar os testes não vá os casos começarem outra vez aumentar descontrolado e ficamos sem o bifes no Algarve a gastar libras….
Menos testes + poucos infetados = a Verão com turistas… DINHEIRO!!!