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Aumento do R(t) em Portugal pode sinalizar “crescimento da epidemia”

José Sena Goulão / Lusa

O aumento do índice de transmissibilidade do novo coronavírus em Portugal “pode sinalizar o início de um período de crescimento da epidemia”, indica um relatório divulgado pelo Instituto Ricardo Jorge esta sexta-feira.

Segundo os últimos dados, o indicador R(t) — o índice de transmissibilidade da doença nacional — fixa-se em 1,03 e a incidência a 14 dias por cem mil habitantes em 52,6 casos.

Como tal, o índice “deve ser acompanhado com atenção durante a próxima semana”, lê-se ainda no relatório citado pelo jornal Público.

Em Lisboa e Vale do Tejo, o R(t) chegou mesmo a 1,11, o que sugere “uma tendência crescente, mais acentuada nesta região”. Lisboa é, neste momento, a única região com o R(t) acima de 1,1 e os especialistas atiram a culpa do aumento de novos casos aos festejos do título do Sporting CP.

De acordo com Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que está a acompanhar a evolução epidemiológica da covid-19 em Portugal, as celebrações dos adeptos do Sporting pela conquista do título já está a ter impacto, embora ligeiro, no número de novos casos de infeção por covid-19.

As celebrações desmedidas dos leões estiveram envoltos em polémica devido ao planeamento que não evitou ajuntamentos.

“Ao nível nacional, desde 10 de maio que o R(t) apresenta valores acima de 1, indicando uma tendência crescente. Na região de Lisboa e Vale do Tejo desde 8 de Maio que o R(t) se mantém acima de 1”, sublinha o Instituto Ricardo Jorge.

Os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) mostram que, na região de Lisboa e Vale do Tejo, pode-se atingir uma incidência de 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias — o limite traçado pelo Governo — dentro de um a dois meses.

ZAP //

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