Portugal vai pagar 8 milhões de euros para tratar resíduos ilegais de Itália

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Portugal vai pagar 8 milhões de euros para tratar resíduos perigosos que chegaram ilegalmente de Itália. O custo anteriormente previsto era de 2 milhões de euros.

Em 2020, 142 contentores de resíduos italianos foram apreendidos por serem considerados ambientalmente perigosos.

Fonte oficial da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) diz ao Observador que os resíduos tinham sido autorizados a entrar em Portugal como resíduos urbanos banais, mas descobriu-se que afinal eram perigosos.

As quase 3,6 mil toneladas chegaram em agosto de 2020 aos portos de Sines e de Leixões, e tinham como destino três aterros privados.

A APA diz que os resíduos italianos “estavam a ser importados ilegalmente para o nosso país”. Portugal vai agora pagar 8 milhões de euros para tratar estes resíduos perigosos.

Portugal recebeu, em 2018, cerca de 331 mil toneladas de resíduos perigosos provenientes de outros países, como Itália e Malta. Um aumento de 53% relativamente a 2017 e que coloca Portugal como um “país importador de lixo”, segundo classificação da própria APA.

A carga é ilegal por ter chegado ao país já depois de um decreto do Governo suspender a importação de resíduos, logo no início da pandemia.

Os resíduos eram considerados perigosos por serem constituídos por refugos de material não reciclável. Por isso, o seu tratamento não poderia ser feito num aterro para resíduos normais, explica o Observador.

A diferença entre o tratamento de resíduos normais e resíduos perigosos é substancial. O custo para o tratamento de resíduos normais é de 75 euros por tonelada, enquanto para resíduos perigosos aproximar-se dos 200 euros por tonelada. A este montante acresce o custo de transporte, 35 a 40 euros por tonelada.

Feitas as contas, o tratamento passou de um custo previsto de 2 milhões de euros para 8 milhões de euros — cerca de quatro vezes mais.

A APA diz que suscitou o acionamento das garantias financeiras prestadas pela empresa importadora dos resíduos, “de forma a que suportem parcial ou totalmente os custos incorridos pelo Estado português”.

Em 2020, as autoridades portuguesas tentaram que as entidades de expedição removessem os resíduos de Portugal, sem sucesso, diz o jornal online.

A suspensão extraordinária da entrada de resíduos importados foi aprovada em maio de 2020 e, na altura, o ministro Matos Fernandes garantiu no Parlamento que “Portugal nunca foi caixote de lixo da Europa”.

“E com as medidas que tomámos nunca o virá a ser”, acrescentou, na altura.

ZAP //

4 Comments

  1. Quer dizer ; identificou-se a origem dos resíduos , a companhia Marítima que os transportou e os “Bons” contribuintes Portugueses tem que pagar o nosso e todo o lixo de importação , se dá para entender que alguém me elucide ! ….. O que é que há por detrás desta negociata ?

  2. Não entendo! Sabe-se a origem: Itália. Aparentemente sabe-se quem importou o lixo! Porque raios é o estado que paga para tratar do lixo?! Não deveria ficar a cargo de uma dessas entidades!!

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