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Portugal importou do Brasil 524 toneladas de carne suspeita de contaminação

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Em 2016, Portugal importou de forma directa 524.519 quilos de carne do Brasil, equivalentes a 3,44 milhões de euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

A notícia é divulgada pelo Público, que adianta que Portugal comprou 2,29 milhões de euros (equivalente a 284.812 quilos) de carne de bovino congelada, a que se soma 1,02 milhões de euros (284.812 quilos) de carne fresca ou refrigerada de vaca e 85,1 mil euros de carne fresca, refrigerada ou congelada de aves (52.008 quilos).

Segundo o jornal, a carne importada por Portugal ao Brasil é distribuída no canal alimentar – na rede de super e hipermercados – mas entra também na rede Horeca (hotéis, restaurante e cafés) presentes no país.

Esta informação foi divulgada pela a BRF, uma das companhias de alimentos identificada na operação “Carne Fraca”, através da qual a polícia federal do Brasil recolheu provas contra uma organização criminosa liderada por fiscais, executivos de grandes empresas alimentares e intermediários que estariam a exportar carne ilegal e produtos estragados.

A BRF, que já veio refutar as suspeitas de corrupção e de qualidade inapropriada da carne, menciona Portugal no seu relatório e contas de 2015, como um dos países em que fornece a área de “food service” com a marca Sadia.

Segundo as investigações realizadas pela polícia federal na última semana, vários funcionários públicos brasileiros eram subornados por diretores de empresas alimentares  para darem aval a carnes com prazos de validade já ultrapassados, mas adulteradas.

Entre as práticas, foi comprovado o uso de químicos para melhorar o aspeto das carnes, a falsificação de etiquetas com a data de validade ou a inclusão de alimentos não adequados para consumo na elaboração de enchidos.

A venda de carne ilegal foi executada por grandes fabricantes e exportadoras de carne como a JBS e a BRF, que pagavam “luvas” para funcionários públicos para não serem fiscalizadas. Estas companhias teriam até a vendido carne estragada ou com prazos vencidos para maximizar os seus lucros.

Outros 21 estabelecimentos estão sob investigação e o Ministério da Agricultura afastou 33 funcionários por envolvimento no esquema.

ZAP // Lusa

2 Comments

    • Sem dúvida, e então se as “grandes superfícies” pagassem um preço minimamente justo por essas produções e não fizessem o possível para pagar abaixo do preço de custo. Em vez de produtos de qualidade, andamos a comprar produtos deteriorados e aldrabados.

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