/

Portugal estreia avião KC-390 que custa ao Estado mais de 59 milhões de euros

10

Força Aérea Brasileira / Flickr

Avião militar KC-390 da Embraer

Avião militar KC-390 da Embraer

Portugal vai ser o primeiro país, para lá do Brasil, a experimentar o novo avião militar da Embraer, o KC-390 que quer substituir os C-130 em todo o mundo. Um projecto com dedo da indústria portuguesa e que vai custar ao Estado mais de 59 milhões de euros.

A aeronave de transporte militar KC-390 vai ser inicialmente, apresentada em Évora, na próxima semana, a partir de 4 de Julho, nas fábricas da Embraer no distrito alentejano, onde se fabricaram diversos dos componentes do avião.

Depois será exibido na OGMA – Indústria Aeronáutica, em Alverca, num projecto que contou com a participação da indústria portuguesa, mas também com intervenção de elementos da Argentina e da República Checa, além dos técnicos da Embraer.

Este projecto de cariz global que visa substituir os C-130, como aeronave de transporte militar preferencial em todo o mundo, resulta de um esforço financeiro de relevo do Estado português.

O governo autorizou, na semana finda, gastos até 20,8 milhões de euros para os anos de 2016 e 2017, no âmbito do desenvolvimento do KC-390.

Isto depois de, em Setembro de 2015, ainda durante o governo PSD-CDS, o Conselho de Ministros ter dado aval a um aumento de 8,3 milhões de euros nas despesas com o avião militar, conforme adianta o Jornal de Negócios, frisando que os gastos do Estado se situavam, assim, nos 38,3 milhões de euros.

Na globalidade, o projecto, que arrancou em 2012, vai custar aos cofres nacionais 59,1 milhões de euros, conforme as contas avançadas pelo Diário de Notícias.

Valores elevados para a defesa nacional que “não constituem auxílios de Estado”, mas uma aposta no desenvolvimento e investigação militar, conforme explicou fonte do Ministério da Economia ao DN.

O Ministério da Defesa estará a equacionar comprar seis KC-390. Em Fevereiro de 2015, o então ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, chegou a dizer no Parlamento que a compra poderia concretizar-se ainda naquele ano com um pagamento inicial de 40 milhões de euros.

A apresentação do KC-390 em Portugal realiza-se antes da participação do avião na Feira Aeronáutica Internacional de Farnborough, em Inglaterra, nos próximos dias 11 a 17 de Julho.

A maior aeronave já fabricada na Embraer foi apresentada oficialmente no passado dia 10 de Junho, em Gavião Peixoto, S. Paulo.

O primeiro voo do KC-390 foi realizado em Fevereiro de 2015, durante mais de uma hora, com a realização de várias manobras para atestar a qualidade de voo e o desempenho da aeronave.

SV, ZAP

10 Comments

  1. Santa ignorancia , este avião faz parte de um projeto de desenvolvimento industrial militar que pode desenvolver esta área em Portugal , além da enorme possibilidade de venda de dezenas de aviões .

  2. Realmente é algo que nos faz muita falta neste momento abastado das nossas economias em que todos vivemos em grande abundância. Muito bem vista. Estou ansioso que cheguem e nos deliciem nos céus a gastar jetfuel

  3. Estamos perante um projeto que poderá contribuir em muito para o desenvolvimento da industria aeronáutica portuguesa e brasileira caso seja dirigido por gente séria e competente no entanto já há vozes contrárias porque deverão entender que só deveremos plantar batatas que por acaso a semente até é quase toda importada e esses mesmos possivelmente até têm o terreno entregue ás silvas que é o que muito se vê por estes país fora.

    • O problema que se põe é que vai custar aos cofres nacionais 59,1 milhões de euros e o Brasil vai ficar com os lucros. O costume!

  4. Se bem entendi “resulta de um esforço financeiro de relevo do Estado português” e os lucros serão da Embraer?

  5. É curioso ver tanta gente que não percebe nada de aeronáutica, ou de gestão, aparentemente, a criticar um projecto aeronáutico do qual não sabe sequer os contornos.

    Não sei qual o grau da nossa participação neste projecto, por isso não comento muito mais do que isto:

    1. Portugal pode e DEVE envolver-se em todos os projectos que envolvam tecnologias de ponta pois só assim terá alguma chance de sair da retaguarda do mundo civilizado onde há tanto tempo teima em ficar, quando tem potencial para muito mais.

    2. 60 milhões de euros é um valor irrisório comparado com o que custa, por exemplo, o resgate de um banco ou um sem numero de outras inutilidades onde o Estado gasta o seu dinheiro, com a diferença que, nesta, sempre se aprende alguma coisa… Coisa que não fizeram os “critícos” desta notícia… Documentem-se antes de falar, ou então não falem do que não sabem…

    • É bom ouvir um comentário sóbrio no meio de tanta pouca fé no país, que deve procurar e crescer sim na tecnologia e desenvolvimento. Portugal não pode ficar vivendo de economias e batatas!

  6. Só desejo que seja uma boa aposta por parte dos governos portugueses e que a mesma traga boas contrapartidas para todos os intervenientes.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.