Portugal atinge recorde de transplantes de coração

Em 2024 foram transplantados 58 corações — 2 foram mesmo enviados para Espanha, por falta de recetor compatível em Portugal.

No ano passado, Portugal atingiu o recorde de transplantes de coração: 58.

O número constituiu um aumento de 0,5% face ao ano anterior, e fica acima do maior até agora, 55 transplantes em 2013.

No entanto, este valor ainda não responde às necessidades dos 60 doentes que estavam em 2024 na lista de espera para receber estes transplantes, realizados em 4 hospitais do país. Apesar disso, houve 2 corações a serem enviados para Espanha, por falta de um recetor compatível em Portugal.

Ainda assim, Nuno Gaibino, coordenador nacional da transplantação do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), diz ao JN que “numa altura em que se fala tanto dos problemas do SNS”, esta é uma conquista importante.

“Se tivéssemos mais órgãos disponíveis, tínhamos capacidade instalada para transplantar mais”, comenta o médico, que afirma que a solução passa por alterar a lei para que seja mais permissiva a estes transplantes.

A coordenação nacional do IPST e as unidades de transplantação vão reunir esta semana com a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo para discutir o alargamento da colheita aos pacientes em morte circulatória controlada.

Como exemplo está a Espanha, onde 51% dos transplantes são realizados nesta circunstância.

A Associação Portuguesa de Bioética (APB) já enviara um parecer à Comissão de Saúde no ano passado a defender esta ideia (também sustentada pela Sociedade Portuguesa de Transplantação), mas não foram feitos avanços neste sentido.

O presidente, Rui Nunes, acredita que o tema não foi tratado “provavelmente por esquecimento ou inércia”.

ZAP //

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