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Político indiano declarado culpado da violação de uma jovem de 17 anos

Divyakant Solanki / EPA

A justiça indiana declarou, esta segunda-feira, culpado da violação de uma adolescente um ex-eleito do partido do primeiro-ministro Narendra Modi.

Kuldeep Singh Sengar, eleito para a assembleia legislativa do estado de Utar Pradesh pelo Bharatiya Janata Party (BJP), foi reconhecido culpado da violação de uma jovem de 17 anos na sua casa, em 2017, anunciaram advogados.

O caso estava a ser julgado em Nova Deli desde 5 de agosto, depois de o Supremo Tribunal indiano ter ordenado a sua mudança de Utar Pradesh, estado indiano onde o responsável político tem grande influência. No mesmo mês, Sengar foi excluído do BJP.

O juiz Dharmesh Sharma declarou que o “testemunho inalterado” da vítima e “provas suficientes” estabeleceram a culpabilidade do acusado.

De acordo com o Independent, a violação da jovem indiana ocorreu em 2017, na cidade de Unnao. O caso ganhou mediatismo, em abril de 2018, quando a adolescente se tentou imolar diante da residência do chefe do Governo de Utar Pradesh para denunciar a inação das autoridades.

Um dia depois, o seu pai — que levou o caso à polícia — foi espancado por um grupo de homens no qual, segundo escreve o jornal britânico, se inclui o irmão de Sengar e acabou por morrer no hospital.

Além disso, em julho deste ano, a vítima estava no carro com o advogado e duas tias, quando a viatura se envolveu numa colisão rodoviária suspeita que acabou por matar as familiares. A jovem e o advogado ficaram gravemente feridos, tendo ficado no hospital durante dois meses. Está a decorrer um julgamento para determinar se se tratou de uma tentativa de assassínio ordenada pelo político.

Kuldeep Singh Sengar, de 53 anos, foi expulso do BJP, partido do primeiro-ministro Narendra Modi, em agosto. O político nega as acusações e, de acordo com o India Today, vai começar a ser julgado esta quinta-feira.

Mais de 33 mil casos de violação foram registados em 2017 na Índia, segundo os últimos dados oficiais, mas os observadores consideram que o número deverá ser ainda mais alto, uma vez que a maioria dos casos não são denunciados às autoridades.

Nos últimos tempos, o país tem sido palco de vários protestos por causa dos sucessivos casos de violação. No início de dezembro, uma mulher de 23 anos morreu depois de ter sido incendiada a caminho de uma audiência de tribunal, na qual ia depor contra os alegados violadores. Dias antes, uma veterinária de 27 anos foi violada e asfixiada, tendo posteriormente o seu corpo sido regado com gasolina e queimado.

ZAP // Lusa

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