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Morreu a indiana que foi queimada quando ia a caminho do tribunal

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Divyakant Solanki / EPA

A suposta vítima de violação, que foi incendiada a caminho de uma audiência de tribunal, morreu, esta sexta-feira, num hospital de Nova Deli.

A mulher foi atacada por um grupo de homens na cidade de Unnao, no estado de Uttar Pradesh, entre os quais dois dos cinco indivíduos que havia acusado de violação coletiva em 2018, e que tinham sido libertados sob fiança.

Cinco homens foram detidos em conexão com este último ataque.

A mulher, de 23 anos, sofreu ferimentos graves e foi transportada de avião, na quinta-feira, para o Hospital Safdarjung, em Nova Deli, onde morreu de paragem cardíaca, de acordo com o chefe da unidade de queimados daquela instituição de saúde, Shalab Kumar.

A morte da mulher ocorreu no mesmo dia em que a polícia do estado de Telangana, no sul do país, matou quatro homens suspeitos de violarem e matarem uma veterinária de 27 anos.

A vítima foi enganada por quatro homens, que primeiro furaram as rodas da sua mota e depois, enquanto fingiam ajudá-la a consertá-la, levaram-na à força para uma habitação.

Os homens tinham sido levados para o local onde supostamente aconteceu a violação para ser feita uma reconstituição do crime, mas, segundo a polícia, tentaram fugir e conseguiram mesmo tirar armas aos agentes, provocando o tiroteio, que se revelou fatal para os suspeitos.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos, um órgão autónomo do Parlamento da Índia, anunciou na sexta-feira o envio de uma missão de investigação à cena do crime, em resposta a dúvidas de deputados da oposição sobre as circunstâncias das mortes dos suspeitos.

Em resposta a estes casos, esta semana milhares saíram às ruas em protesto contra estes ataques, exigindo uma melhor proteção para as mulheres e o reforço das penas por violência sexual.

As leis contra agressões sexuais endureceram no país depois de uma jovem estudante universitária ter morrido após ter sido violada e torturada por seis homens num autocarro, em Nova Deli, em 2012.

Este endurecimento da lei não evitou que outros casos continuem a acontecer. De acordo com os dados do Governo, em 2017, foram reportados mais de 33 mil casos de violação, dos quais mais de 10 mil foram cometidos sobre vítimas menores. Os números deverão ser ainda mais altos, uma vez que há muitos casos que nunca chegam a ser denunciados.

ZAP // Lusa

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