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Politécnicos querem eliminar exames de acesso

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O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) propôs ao Governo uma alteração das regras de acesso ao ensino superior para estas instituições, eliminando a obrigatoriedade de aprovação nos exames de acesso, revelou um sindicato.

Segundo o Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), afeto à Federação Nacional dos Professores (Fenprof), o CCISP aprovou, no passado dia 13, “uma proposta que visa a alteração das regras de acesso e de ingresso no ensino superior, criando uma grave diferenciação entre o subsistema universitário e o subsistema politécnico“.

“Esta diferenciação consiste na desvalorização das condições de acesso ao ensino superior politécnico, deixando de ser obrigatória a aprovação dos alunos do ensino secundário nos exames às disciplinas de ingresso, bastando para tal a aprovação na avaliação interna de frequência a essas disciplinas”, explica o comunicado do sindicato.

Os institutos politécnicos de Lisboa, Porto, Coimbra e Leiria votaram contra esta proposta apresentada ao CCISP por três presidentes de três institutos, disse à Lusa o presidente do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL), Luís Vicente Ferreira.

“Entendemos que não é aceitável essa condição de acesso diferenciada do subsistema universitário”, declarou o presidente do IPL.

Para Luís Vicente Ferreira, se a proposta em causa fosse aplicada a todo o sistema de acesso ao ensino superior – universitário e politécnico – esta poderia ser uma “boa proposta, na perspetiva de fazer uma maior captação de alunos”, mas ao restringir-se apenas aos politécnicos, vem representar “uma maior discriminação” deste subsistema.

Luís Vicente Ferreira declarou que as instituições que votaram contra a proposta não querem ser vistas como “uma via de acesso mais fácil” ao ensino superior.

Em comunicado, o SPRC coloca-se ao lado das instituições que votaram contra a proposta, afirmando que “acompanha a posição assumida” por esses politécnicos, defendendo que há um “processo em curso de desvalorização das formações de grau superior no subsistema politécnico”.

Luís Vicente Ferreira disse ainda que o IPL irá tomar uma “posição concertada” sobre a matéria, depois de o Conselho Permanente do instituto reunir.

Para já a única decisão tomada, referiu o presidente do IPL, é enviar uma carta ao ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.

O Ministério da Educação e Ciência confirmou que já recebeu a proposta do CCISP, que está a ser analisada.

/Lusa

1 Comment

  1. Facilitar o acesso ao ensino superior.
    Já não entendo nada.
    Queremos preparar os jovens para serem cidadãos responsáveis e bons profissionais ou queremos facilitismo e aumentar a bagunça de doutores e engenheiros, para estarem na caixa dos supermercados e lojas a troco de um mísero salário?
    Temos de aumentar o grau de exigência para que só os melhores façam a diferença.
    Temos de ter professores com o gosto de serem professores, dando-lhes a autoridade para ensinar, disciplinar, no fundo, bem lá no fundo o professor tem a responsabilidade de educar e encaminhar esses jovens para que possam partilhar e fazer parte de uma sociedade mais próxima e justa.
    Devemos incentivar e desenvolver o ensino técnico, direcionado ao mercado de trabalho.
    O ensino superior ou técnico deve ser gratuito para todos, desde que os alunos façam provas de aproveitamento, andar a passear os livros à conta do erário público é que não.
    Podia falar de experiencias vividas na primeira pessoa.
    Em minha opinião, o ensino e a saúde, foram transformados num grande negócio, para alguns como é evidente.

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