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Polícia israelita apreendeu mais de mil câmaras de filmar ilegais nos centros de voto

Enric Fontcuberta / EPA

A polícia israelita retirou na terça-feira mais de mil câmaras de filmar que auditores e observadores do partido Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, tinham levado para os locais de votação das cidades árabes de Israel.

A coligação Hadash-Taal, que integra comunistas, partidos de esquerda e árabes, apresentou uma queixa à Comissão Eleitoral por ter encontrado dispositivos de gravação escondidos por simpatizantes do Likud, tendo a polícia sido chamada para retirar mais de 1200 câmaras e “garantir o direito ao voto secreto”. Questionado sobre a situação, Netanyahu defendeu que as câmaras servem para “garantir o voto legítimo”.

A Comissão Central Eleitoral de Israel proíbe gravações nos centros de voto tanto dos eleitores como do processo em si, exceto por jornalistas acreditados, tendo considerado esta situação como “ilegal”.

Cinco horas depois de terem aberto as urnas para eleger o parlamento israelita do qual sairia o novo Governo – ou seja às 12h00 locais (10h00 em Lisboa) – já tinham votado um quarto dos eleitores, incluindo o primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, e o seu principal opositor, Benny Gantz, informou a televisão pública israelita Kan. Os dois líderes votaram de manhã e apelaram aos israelitas para que participem e vão votar.

Netanyahu, que votou em Jerusalém, ao lado da mulher, Sara, pediu a todos os israelitas que votem porque se trata de um “ato sagrado”. Gantz, que votou na sua cidade natal, Rosh Haayin, no centro de Israel, ao lado da sua mulher, Revital, exortou os israelitas a votar e a “assumir a responsabilidade” pela democracia no país. “Vão votar. Escolham a pessoa em quem mais acreditam. Respeitem uns e outros e vamos acordar para um novo dia, uma nova história”, afirmou.

Os eleitores israelitas decidiram se o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu continua a chefiar o Governo depois de uma década de poder numa eleição nacional que se tornou uma espécie de referendo ao líder.

Marcado por uma série de acusações de corrupção, Netanyahu estava a tentar ser eleito pela quarta vez consecutiva – quinta vez no total -, o que o tornaria o líder israelita com mais tempo de poder, ultrapassando até o fundador do Estado, David Ben-Gurion.

Netanyahu tinha como mais forte opositor o militar aposentado Benny Gantz, cujo Partido Azul e Branco tem ficado à frente do partido Likud, de Netanyahu, nas sondagens. Benjamin Netanyahu ainda tinha o trunfo de ter mais possibilidades de fazer uma coligação com pequenos partidos nacionalistas.

A eleição estava a ser vista como um referendo a Netanyahu e aos 13 anos em que ocupa a cadeira de primeiro-ministro, até porque as principais questões que Israel enfrenta foram apenas raramente discutidas durante a campanha.

ZAP // Lusa

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