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A polícia holandesa achava que tinha em mãos o mafioso mais procurado da Europa. Afinal, era só um fã de F1

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(dr)

Matteo Messina Denaro

Um homem de Liverpool de 54 anos pensava que o grande evento da sua viagem aos Países Baixos seria assistir ao Grande Prémio de Fórmula 1, mas acabou detido numa prisão de alta segurança por ser confundido com um chefe da máfia.

A polícia holandesa pensava que tinha feito uma captura digna de aparecer nos jornais – e fez, mas por outras razões. As autoridades achavam que tinham finalmente apanhado um chefe da máfia da Sicília que é um dos fugitivos mais procurados no mundo, mas na verdade era só um adepto de Fórmula 1 inglês.

A detenção ocorreu nos Países Baixos na semana passada e a polícia chegou a apontar as armas ao homem de 54 anos, que foi identificado pelo seu advogado apenas pelo nome Mark L.. O sósia foi capturado e vendado enquanto estava a comer com o seu filho num restaurante na cidade de Haia.

Mark L. tinha ido aos Países Baixos para ver o Grande Prémio de Fórmula 1 de 5 de Setembro, tendo sido libertado mais tarde. O homem tinha também um sotaque de Liverpool e um relatório da Europol do chefe da máfia em questão afirma que a sua única língua é o italiano.

Leon van Kleef, advogado do inglês, afirma que o homem estava “zangado e incrédulo” mas que também se riu da “situação ridícula”. “Imagine que num momento está a comer e no próximo está numa prisão holandesa de alta segurança. Ele é um fã normal de Fórmula 1. Seria genial um italiano ter um sotaque de Liverpool tão carregado”, refere.

O verdadeiro alvo da polícia era Matteo Messina Denaro, considerado o padrinho da máfia da Cosa Nostra da Sicília e descrito como “o homem mais procurado da Europa“. Denaro está associado a atentados bombistas que mataram 10 pessoas e feriram outras 93 em 1993 e está desaparecido desde então.

O mafioso, que terá agora 59 anos, ganhou ainda mais notoriedade depois de aparecer na série de documentários da Netflix “World’s Most Wanted”, que relata as histórias dos fugitivos mais procurados pelo mundo, onde foi referido como Diabolik, já que a sua fama de playboy que usa roupas de marca e carros rápidos condiz com o vilão dos quadradinhos.

Denaro é suspeito de um total de 50 homicídios e, segundo o documentário da Netflix, já se gabou de “ter matado pessoas suficientes para encher um pequeno cemitério“. É agora visto como o maior chefe da máfia da Sicília depois da prisão de Bernardo Provenzano em 2006 e de Salvatore Lo Piccolo em 2007.

Em 1993, terá também tentado ajudar a organizar o rapto e morte de um rapaz de 12 anos numa tentativa de silenciar o seu pai, que estava prestes a ajudar as autoridades e entregar provas contra o grupo de crime organizado.

Adriana Peixoto, ZAP //

3 Comments

  1. Duas correcções, ZAP;

    Que tal trocar “bombardeamentos”, para ataques bombistas?
    A tradução não está correcta, uma vez que o Diabolik não é piloto, nem comandava esquadrilhas de bombardeiros. As vitimas foram mortas por bombas artesanais, não por bombardeamentos aéreos.

    A outra é também uma questão de utilização correcta do Português, mas já agora, fica a sugestão. Bem sei que agora se pode dizer tudo e mais alguma coisa, mas “ter matado pessoas suficientes para encher um pequeno cemitério“, deveria ser substituído por “ter morto pessoas suficientes para encher um pequeno cemitério“…

    Cumprimentos

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