Polícia alemã encontra emails “explosivos” que ligam suspeito ao assassinato de Maddie

Uma conta de correio eletrónico com “provas explosivas” liga Christian Brueckner ao desaparecimento de Madeleine McCann.

A polícia alemã diz ter encontrado emails que associam o principal suspeito no caso do desaparecimento de Maddie McCann ao presumível assassinato da menina britânica, que desapareceu da praia da Luz, no Algarve, em 2007.

Os investigadores recusaram-se a revelar quais são as provas “explosivas” contra Brueckner, mas Titus Stampa, detetive sénior que está a investigar o caso, adiantou que tinham sido descobertos e-mails na  conta Hotmail de Brueckner que o ligam ao desaparecimento da menina.

A descoberta foi revelada durante um julgamento no tribunal regional de Brunswick, na Alemanha, sobre outras acusações não relacionadas com o agressor sexual, relata o Mirror.

Os procuradores disseram anteriormente que tinham provas de que o pedófilo, de 47 anos, raptou e matou a jovem britânica em 2007, mas esta é a primeira vez que um responsável do caso revela onde encontrou as provas que alegadamente ligam Brueckner ao desaparecimento de Madeleine.

 

Titus Stampa adiantou não tinha autorização para discutir o conteúdo dos e-mails porque estava “relacionado com o assassínio” da criança, e referiu-se à conta como “conta do assassínio“, mas recusou-se a dizer se os e-mails continham vídeos ou fotografias.

Titus Stampa revelou no entanto alguns pormenores sobre as contas de correio eletrónico de Brueckner, durante o julgamento no tribunal regional de Braunschweig.

Stampa disse ao tribunal que encontrou imagens infames num endereço de correio eletrónico secreto utilizado pelo alemão. Os procuradores obtiveram acesso à caixa de entrada depois de fazerem um pedido à Microsoft em 2019.

O detetive acrescentou que a polícia encontrou uma segunda conta onde Brueckner tinha trocado vídeos de abuso de crianças com outros pedófilos. O suspeito apagou dessa conta todos os e-mails desde o primeiro semestre de 2007 — altura em que Madeleine desapareceu.

Segundo Stamper, o alemão tinha tentado apagar “muitos e-mails” que partilhava com outros pedófilos, que continham “numerosos” vídeos que mostravam abusos horríveis de crianças de “três ou quatro anos”.

Brueckner abriu a conta Hotmail em janeiro de 2007, apenas quatro meses antes do desaparecimento de Madeleine na Praia da Luz. Na altura, vivia numa quinta em ruínas nos arredores da popular estância turística portuguesa.

Brueckner usou também  a conta de correio eletrónico “para escrever uma vil fantasia sobre a violação de uma mãe e da sua filha pequena”, diz Stampa. “Era uma história muito detalhada sobre uma menina de cinco anos e a sua mãe que são raptadas e levadas numa carrinha”, disse ele.

“Tratava-se de violência e brutalidade e de abuso sexual – uma é violada à frente da outra.” Uma cópia da repugnante história de fantasia foi encontrada num portátil que Brueckner usou em Portugal em 2017, segundo o tribunal.

O alemão é suspeito de ter raptado a menina de três anos do apartamento de férias dos pais no Algarve, em maio de 2007. Os procuradores passaram três anos a investigar Brueckner antes de o apontarem dramaticamente como suspeito, em 2020.

Detectives na Alemanha, Reino Unido e Portugal continuam a investigar o pedófilo e violador condenado, de 47 anos. Brueckner está atualmente a ser julgado, acusado de ter cometido uma série de violações e agressões sexuais em Portugal.

 

Brueckner, que nega todas as alegações e também o seu envolvimento no desaparecimento de Madeleine, terá perpetrado ataques repugnantes a mulheres e crianças em Portugal, entre 2000 e 2017. Um dos alegados crimes ocorreu semanas antes de Madeleine ter desaparecido do apartamento de férias dos pais.

O julgamento de Brueckner deverá prolongar-se até outubro. Atualmente, está a cumprir uma pena de sete anos de prisão por ter violado uma reformada na Praia da Luz em 2005.