Teresa Suarez / EPA
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O Primeiro-Ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron
Londres e Paris estão a trabalhar na criação de uma força europeia para garantir a segurança da Ucrânia em caso de cessar-fogo. Mas será composto por menos de 30.000 soldados. “A ideia é colocar soldados na segunda linha, não na linha da frente”.
Esta ‘no forno’ um plano franco-britânico para garantir segurança à Ucrânia, em caso de cessar-fogo. Fonte francesa próxima do processo, citada pela AFP em anonimato, indicou que os debates estão a decorrer e que está a ser considerado um projeto que incluirá vários países europeus.
Citando “responsáveis ocidentais”, vários jornais britânicos, entre os quais The Guardian, The Financial Times e The Times, afirmaram que essa força será principalmente aérea e marítima, mas com uma presença “mínima” no terreno, longe da linha da frente de batalha, no leste do país.
Apesar de ser um ‘plano de segunda linha’, segundo o The Guardian, esse contingente militar terá como objetivo impedir os ataques russos a cidades, portos e infraestruturas ucranianas, na eventualidade de um cessar-fogo com a Rússia mediado pelos Estados Unidos.
“A ideia é colocar soldados na segunda linha, não na linha da frente. Isso poderá ser combinado com uma operação multinacional, com contingentes não-europeus que estarão, eles sim, na linha da frente”, esclareceu a fonte francesa, referindo-se a um projeto que seria posto em prática “após o cessar-fogo”.
De acordo com a imprensa britânica, um dos objetivos da força europeia será garantir a reabertura do espaço aéreo ucraniano aos voos comerciais e manter a segurança do comércio marítimo no mar Negro, uma rota essencial para as exportações de bens alimentares e cereais da Ucrânia.
Medo de Trump?
Os europeus receiam que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, termine a guerra na Ucrânia, iniciada pela Rússia há três anos com a invasão do país vizinho, em termos que sejam favoráveis a Moscovo, sem fornecer garantias de segurança a Kiev.
Segundo esses jornais, uma das condições para o novo plano seria a garantia de uma “cobertura aérea” dos EUA, para dissuadir a Rússia de violar o acordo.
O Exército francês ver-se-ia obrigado a mobilizar quase “tudo o que tem”, em termos de equipamento e armamento, para assegurar esses destacamentos, indicou a fonte francesa, acrescentando: “Isso significa que não nos restaria muito em caso de a situação se deteriorar”.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já anteriormente apelou para a presença de uma força ocidental de pelo menos 100.000 soldados. No entanto, segundo as fontes apenas 30.000 soldados farão parte da armada.
Tropas norte-americanas fora disto
Donald Trump declarou-se “totalmente a favor” da presença de tropas europeias de manutenção da paz na Ucrânia, mas a Rússia opõe-se firmemente. E Pete Hegseth, o secretário da Defesa do Governo Trump, declarou em meados de fevereiro que “não serão enviadas tropas norte-americanas para a Ucrânia”.
As relações entre os Presidentes ucraniano e norte-americano degradaram-se nos últimos dias, depois de Trump ter descrito Zelensky como um “ditador sem eleições”.
Neste contexto, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, são esperados na próxima semana em Washington para uma reunião com o chefe de Estado norte-americano.
Este clima está a criar “um pouco de pânico”, observou a fonte francesa, acrescentando: “Já não sabemos o que vai acontecer com a NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental). Há uma súbita aceleração das coisas”.
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ZAP // Lusa
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Para parecerem minimamente sérios, estes dois pombinhos, teriam de apresentar um plano de contingencia, pelo menos dez vezes superior. Mas, se por um lado, não dispõem desses recursos, por outro, se dispusessem, qual seria a reação dos russos, e como se iria desenvolver o conflito militar ? Debitarem fanfarronadas destas, de mãos dadas e com este ar amoroso, só provocam a galhofa do mundo.