O caso iniciado por Mary Cagnin junta-se a famosas acusações de plágio no mundo de séries e filmes, só nos últimos anos.
1899 virou caso mundial (ou nem tanto) nos últimos dias. Não propriamente pela sua estreia na Netflix, mas por acusação de plágio.
A série sobre um navio de emigrantes que, em 1899, deixa Londres para seguir para Nova Iorque, é cópia de Black Silence.
Pelo menos é o que defende Mary Cagnin, autora de banda desenhada que criou essa pequena obra há uns anos.
“Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes a chamar por eles. Detalhes subtis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, descreveu a artista, no Twitter.
Mais tarde, na mesma rede social, a brasileira agradeceu o apoio e revelou que o caso “está a ser tratado legalmente”.
Baran bo Odar, um dos criadores de 1899, já reagiu. E assegura que nem conhece a artista ou a sua obra.
Esta é a acusação mediática mais recente, mas não é a única nos últimos anos, no mundo das séries e filmes.
O Deutsche Welle lembra um grande sucesso actual, Stranger Things, igualmente da Netflix.
O cineasta Charlie Kessler achou que a série – que até terá inspirações em E.T. – é uma cópia da sua ideia para a sua curta-metragem Montauk.
E assegura que falou sobre a sua curta com os criadores Matt Duffer e Ross Duffer, dois anos antes da estreia de Stranger Things.
O tribunal decidiu que as acusações não tinham qualquer fundamento e que Charlie estava a tentar lucrar por causa do sucesso da série.
Já neste ano, Jogos Vorazes passou a estar na lista quando o famoso realizador Quentin Tarantino disse que a série era plágio de um filme japonês, Battle Royale.
Esta foi mais uma acusação de plágio dirigida a Suzanne Collins. A autora de Jogos Vorazes tem sido acusada de copiar ideias nos seus livros: Stephen King (O Concorrente) foi talvez o caso mais conhecido.
Round 6, sucesso na Coreia do Sul, foi comentada como cópia do filme The Gods Will.
Mas, tal como na música, é complicado provar plágios. Há questões temporais (uma série pode estrear em 2022 mas a ideia ter surgido 20 anos antes) e há questões de probabilidades (é baixa, mas duas pessoas podem ter ideias muito semelhantes).
É raro um processo de acusação de plágio terminar a favor da pessoa que acusa, nos tribunais.