1899: Netflix acusada de plágio (há realmente muitas coincidências)

Estreia do acordo com a dupla de Dark começa com controvérsia. Criador já reagiu à lista de artista brasileira.

A Netflix estreou na quinta-feira passada, dia 17, uma série que promete conquistar muitos seguidores: 1899.

O guião, pelo menos da primeira temporada, centra-se num navio cheio de emigrantes que viajou de Londres até Nova Iorque. Em 1899, precisamente.

Os emigrantes sonham com uma vida melhor, não só noutro país, como também noutro século.

Mas o sonho vira pesadelo quando se cruzam com outro navio de emigrantes, durante a viagem.

A série marca o início da parceria entre a Netflix e a dupla Jantje Friese/Baran bo Odar, criadores de Dark, a primeira (e popular) série original da Netflix em alemão.

O problema é que esta dupla poderá ter copiado a ideia de uma brasileira, para escrever 1899.

Neste domingo, a ilustradora Mary Cagnin contou que ficou “em choque” porque percebeu que há vários pontos em comum entre 1899 e o seu conto Black Silence.

A lista é longa. “Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem. As escritas em códigos. As vozes a chamar por eles. Detalhes subtis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas”, descreveu a artista, no Twitter.

“Obviamente, Black Silence é uma obra curta, quase um conto. É muito fácil, em 12h de projeção da série, diluir todas essas “referências”, mas a essências do que eu criei está lá“, reforça.

A autora de banda desenhada deixa uma ligação para a sua obra, para se fazerem comparações.

Mary acha que a sua ideia foi plagiada em 2017, quando apresentou a sua obra na Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, onde entregou o enredo – incluindo versão em inglês – a inúmeros editores e pessoas do ramo. “Não é difícil imaginar o meu trabalho a chegar eles”.

Baran bo Odar, um dos criadores de 1899, já reagiu. E assegura que nem conhece a artista ou a sua obra. Mas já falaram com Mary Cagnin, pedindo à brasileira para recuar nesta acusação.

Nunca roubaríamos o trabalho de outra artista, pois sentimos que somos artistas também. Entrámos em contacto com ela, por isso espero que ela retire essas acusações. A internet tornou-se um lugar estranho, e peço por mais amor ao invés de ódio”, apelou o guionista.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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