Afinal, houve plágio ou não da ministra da Saúde? Há 50 mil euros em jogo

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Filipe Amorim / Lusa

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins

A Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa nega qualquer plágio da ministra da Saúde Ana Paula Martins no relatório de licença sabática, depois de o Público ter notado que há actas que referenciam “inconformidades”.

O alegado plágio foi reportado pelo Público que teve acesso a actas do Conselho Científico da Faculdade de Farmácia (FF) da Universidade de Lisboa que avaliou o relatório de licença sabática que a actual ministra apresentou quando era docente na instituição.

Ana Paula Martins foi professora da FF e gozou uma licença sabática entre Dezembro de 2020 e Dezembro de 2021, propondo-se a desenvolver, nesse período, um programa de formação avançada na instituição.

Durante a licença, recebeu cerca de 50 mil euros de salários que pode ter de devolver se se provar o alegado plágio, como nota o Correio da Manhã (CM).

O Conselho Científico da FF que avaliou o relatório assinalou “inconformidades” e uma “transposição de um programa pedagógico já existente numa universidade inglesa”, mas acabou por aprovar o documento académico. Se tivesse sido reprovado, Ana Paula Martins teria que devolver os cerca de 50 mil euros que recebeu.

Contudo, essa devolução ainda pode ocorrer, segundo apurou o CM. “A FF e a Universidade de Lisboa devem esclarecer tudo para não haver dúvidas“, diz ao jornal o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, José Moreira.

Faculdade de Farmácia alega que não houve plágio

A FF já se pronunciou sobre o caso, negando a existência de quaisquer irregularidades.

Numa nota enviada à Lusa, assinada pelo presidente do Conselho Científico da Faculdade, António Almeida, e pela directora da instituição, Beatriz Lima, assinala-se que não houve plágio e que “o relatório foi correctamente aprovado”.

O Conselho Científico “apreciou os diversos aspectos do relatório e concluiu que o trabalho apresentado cumpriu o programa proposto“, aponta a mesma nota.

“Quaisquer outras ilações não são possíveis de ser retiradas, designadamente quanto ao alegado plágio, que não ocorreu”, sublinha ainda a FF.

Após ter estado no Parlamento, a responder a uma interpelação do Bloco de Esquerda sobre o programa de emergência para a saúde, a ministra foi questionada pelos jornalistas sobre esta questão, mas escusou-se a fazer comentários.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Ficava bem àqueles vigilantes das virtudes que se exprimiram nas caixas de comentários do artigo do ZAP “Ministra da Saúde copiou partes de curso inglês num relatório académico” virem aqui retratar-se, mas isso já não é para eles, os autoproclamados defensores da honestidade.

  2. O Conselho Científico da Faculdade de Farmácia «…que avaliou o relatório assinalou “inconformidades” e uma “transposição de um programa pedagógico já existente numa universidade inglesa”…», e a Faculdade de Farmácia afirma que «…Quaisquer outras ilações não são possíveis de ser retiradas, designadamente quanto ao alegado plágio, que não ocorreu…», ou seja, a Faculdade de Farmácia com este esclarecimento está dizer que os membros do Conselho Científico da Faculdade de Farmácia que avaliaram o trabalho da Sr.ª Ministra da Saúde, Ana Correia, estão a mentir, foram incompetentes na avaliação que fizeram, e pior, transcreveram a mentira para as actas que o jornal «Público» teve acesso.
    O melhor é publicarem o programa redigido pela Sr.ª Ministra da Saúde, Ana Correia, o programa pedagógico da universidade inglesa, e as actas do Conselho Científico da Faculdade de Farmácia, para que os Portugueses possam ler e avaliar por si próprios.

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