Pizarro: “Temos demasiados doentes nas urgências, e por demasiado tempo”

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Tiago Petinga/LUSA

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu esta quarta-feira estar ciente dos “problemas e dificuldades” que atualmente existem no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Não escondo, nem diminuo, os problemas e as dificuldades que temos. Mas devo dizer que tenho a certeza de que o SNS cá estará, como sempre, para dar resposta às necessidades das pessoas”, notou Pizarro após ter presidido à Sessão de Abertura do I Encontro ‘Pausa para a Saúde Mental – Uma Reflexão no Ensino Superior’.

O governante disse, citado pelo Notícias ao Minuto, que o governo se compromete a “continuar a trabalhar, em conjunto com os profissionais, com os especialistas e com a comunidade, para gerar uma resposta que seja organizada, estruturada (…), que gere qualidade e segurança para os utentes e para os profissionais”.

Questionado sobre as denúncias, que na terça-feira deram conta de que há casos de falta de comida no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, referiu que ainda tem um “conhecimento muito lateral sobre a situação”, mas que esse cenário terá acontecido “em alguns casos de utentes que estavam no serviço de urgência”.

Reconheceu, assim, que é preciso ser feito “um trabalho nos serviços de urgência de vários hospitais do país, desde logo nos da Grande Lisboa, porque há um incómodo (…) das pessoas terem sido alimentadas fora da hora normal da refeição”.

“Tal resulta de um problema de base: temos demasiados doentes nas urgências, e por demasiado tempo. E é a montante que temos de resolver o problema”, continuou.

Pizarro considerou ainda que, “no serviço de urgência, é difícil pedir aos profissionais que tratem o tema da alimentação como a maior prioridade dos utentes que ali estão. Se os doentes estão em risco de vida (…), é evidente que essa é a prioridade dos profissionais”.

Isso “explica que, num caso ou em outro, a alimentação pode ter sido indesejavelmente adiada para fora do período normal”. Um problema que, reforçou, só existe porque os “doentes permanecem por demasiado tempo nas urgências”.

Sobre as urgências obstetrícias, afirmou: “se me pergunta se posso garantir que estarão abertas todas as maternidades, todos os dias, isso eu não posso garantir. Agora, posso garantir que as pessoas terão sempre uma alternativa, que essa alternativa será clara e que permitirá a cada grávida organizar-se”.

ZAP //

4 Comments

  1. Como é que este Sr. conseguiu perceber isso?? estou muito surpreendido
    É preciso ser ministro da saúde para se dar conta disso? mais ninguem tinha reparado ate agora?

  2. É preciso adoecer menos e ainda muito menos à noite!!! Deixaram fugir os médicos para o privado, que se fartaram de investir na sua formação, e agora queixam-se! Peçam meças à dra Marta Temido que fingiu ignorar os problemas que teve com os hospitais privados, afirmando, agora, que eles tinham colaborado muito bem durante a pandemia!! É preciso descaramento!!

  3. Outro bananas que não veio fazer nada pela Saúde. Se não quer muitos doentes nas urgências que ponha a PSP a escorraçá-los quando chegam aos hospitais. Assim resolve, de certeza,o problema.

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