Cientificamente falando, já sabemos qual é o perfil psicológico de um imbecil mal-educado

Uma equipa de cientistas decifrou o tipo de comportamentos que levam a que as pessoas descrevam outras como imbecis ou rudes e traçou o seu perfil psicológico. O estudo é mau agoiro para os homens de meia-idade.

Mais um dia, mais um estudo estranho. Desta vez, um grupo de cientistas decidiu responder a uma das perguntas mais importantes dos nossos tempos e debruçou-se sobre o significado do termo “asshole”. Não, não estamos a falar da tradução literal para ânus, mas antes do insulto referente a um imbecil, idiota ou pessoa rude.

A ideia da pesquisa, que foi publicada na Collabra: Psychology, foi perceber como é que este termo pouco simpático mas tão popular entre os falantes de inglês se sobrepõe com os cinco traços de personalidade reconhecidos na teoria psicológica —  a abertura, a consciência, o neuroticismo, a amabilidade e a extroversão.

Para encontrarem a resposta a esta pertinente questão, os cientistas fizeram uma experiência para tentarem descobrir o que é a palavra “asshole” comunica sobre a percepção da personalidade de um indivíduo e o tipo de comportamentos que as pessoas associam a quem é merecedor de ser comparado a um ânus.

A equipa fez um inquérito a quase 400 pessoas onde lhes pediu que descrevessem o maior imbecil que conhecem pessoalmente e para avaliarem a sua percepção da personalidade, das crenças e dos comportamentos dessa persona non grata.

Os resultados mostram que, no geral, os participantes não tiveram dificuldades a identificar quem é o maior idiota com quem já interagiram e consideram que o termo encaixa como uma luva na descrição da tal pessoa, nota o Science Alert.

“Aproximadamente um terço dos alvos deste insulto (35,26%) foi identificado como parceiros românticos, colegas de trabalho, chefes de trabalho, familiares ou amigos dos participantes enquanto que metade (50,13%) tinham estes papéis anteriormente (por exemplo, ex-parceiros ou familiares com quem se perdeu o contacto”, explicam os autores do estudo.

Os cientistas traçaram ainda o perfil destes imbecis e temos más notícias para os homens de meia-idade, já que foram geralmente os mais visados.

Foram identificadas 315 categorias de comportamentos ofensivos associadas aos “assholes”, que os autores dividiram em 14 temas — agressividade, raiva, arrogância, intolerância, insensibilidade, combatividade, comportamentos dominantes, exteriorização de culpa, imaturidade, falta de consideração, irresponsabilidade, manipulação, má-educação e outras.

“Quando falamos sobre os comportamentos, o imbecil não estava necessariamente a ser antagónico contra outras pessoas, mas não se importava com o que os outros pensavam ou com a opinião que os outros tinham de si”, reforçam.

Em relação aos cinco traços de personalidade, os comportamentos correspondiam com baixa amabilidade, baixa consciência, alto neuroticismo e baixa abertura. “No geral, a percepção do perfil no modelo de cinco factores era semelhante aos protótipos de distúrbios de personalidade psicopatas, anti-sociais e narcisistas”, escrevem os autores, que acrescentam que isto não significa que todos os imbecis sofram destes distúrbios.

“Claramente, há muita variação quando as pessoas usam esta palavra. Acho que a implicação do estudo é que os insultos importam. Queremos dizer certas coisas quando os usamos e associa-mo-los a características específicas”, remata Brinkley Sharpe, que liderou a investigação.

Adriana Peixoto, ZAP //

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