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Pentágono emite mais gases com efeito de estufa do que Portugal

(CC0/PD) 12019 / pixabay

O Pentágono, em Washington, sede do Departamento de Defesa dos EUA

Só o Pentágono emitiu 59 milhões de toneladas de dióxido de carbono e outros gases com efeitos de estufa. Os valores são superiores a países inteiros como Portugal e Suécia.

O Pentágono é a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira pela Brown University, emite mais gases com efeitos de estufa do que Portugal inteiro. Os dados são relativos ao ano de 2017.

Isto significa que se o Pentágono fosse uma nação, seria o 55º país mais poluente do mundo. A autora do estudo, Neta Crawford, diz, no entanto, que “há muito espaço para reduzir as emissões” da sede de Defesa norte-americana.

Embora o Departamento de Defesa tenha reduzido significativamente o seu consumo de combustíveis fósseis desde o início dos anos 2000, continua a ser o maior consumidor mundial de petróleo — e, como resultado, um dos maiores emissores de gases com efeito estufa do mundo.

As maiores fontes de emissões militares de gases com efeito de estufa são os edifícios e o combustível, segundo explica o The Conversation. O Departamento de Defesa mantém mais de 560 mil edifícios em aproximadamente 500 instalações militares nacionais e estrangeiras, que correspondem a cerca de 40% das suas emissões destes gases nocivos.

Em 2016, por exemplo, o Departamento de Defesa consumiu cerca de 86 milhões de barris de combustível para fins operacionais. As emissões consequentes das suas atividades superam as de Portugal, que é tido como o 57º país mais poluente, segundo dados do Global Carbon Atlas.

De acordo com o The Guardian, o Pentágono disse que as mudanças climáticas constituíam “uma questão de segurança nacional” e promoveu várias iniciativas para se preparar para o seu impacto. De forma a reduzir as suas emissões, Crawford diz que os EUA têm de cortar em missões com uma grande demanda de combustível, nomeadamente para o Golfo Pérsico.

Este tipo de missões exige um grande gasto de combustível. Por exemplo, em janeiro de 2017, dois bombardeiros B-2B e 15 tanques de reabastecimento aéreo viajaram quase 20 mil quilómetros para bombardear alvos do Estados Islâmico na Líbia. Só os bombardeiros emitiram cerca de mil toneladas métricas de gases com efeitos de estufa.

A cientista realça que à medida que as energias renováveis ganham força, é cada vez menos necessário priorizar a proteção do acesso ao petróleo no Médio Oriente.

ZAP //

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