Metade dos actuais membros do Congresso dos Estados Unidos, democratas ou republicanos, são milionários, o que ocorre pela primeira vez na história da instituição, segundo números de uma organização que avalia a influência do dinheiro na política.
Pelo menos 268 dos 534 congressistas actualmente na Câmara dos Representantes e no Senado teve em 2012 um rendimento líquido igual ou superior a um milhão de dólares (cerca de 732 mil euros), segundo as declarações anuais obrigatórias.
O rendimento líquido médio é de 1.008.767 dólares mas, em alguns casos, o rendimento eleva-se a centenas de milhões, segundo a análise divulgada pelo Center for Responsive Politics (CRP) no site ‘OpenSecrets.org’.
O rendimento médio de republicanos e de democratas é quase igual, com uma ligeira vantagem para os democratas, com 1,04 milhões, em relação aos republicanos, com 1,0 milhões.
Em ambos os partidos registou-se uma subida em relação ao ano anterior, quando a média dos democratas se situava nos 990.000 dólares e a dos republicanos nos 907.000 dólares. Em 2011, apenas 48% ultrapassavam o milhão de dólares.
Segundo a análise, o mais rico do Congresso era o representante Darrell Issa, um republicano da Califórnia, que fez fortuna com um sistema de alarme para automóveis que criou. O seu rendimento em 2012 foi de 464 milhões de dólares (cerca de 340 milhões de euros).
O menos rico era David Valadao, também um republicano da Califórnia, cujo rendimento líquido foi negativo, de -12,1 milhões, devido a dívidas relacionadas com uma empresa propriedade da família.
“Os membros do Congresso há muito que são bastante mais ricos que o americano típico”, disse o CRP, sublinhando que uma maioria de milionários representa um marco numa altura em que os legisladores debatem questões como o subsídio de desemprego, senhas de alimentação e o salário mínimo”.
Apesar de as sondagens mostrarem uma insatisfação da maioria dos norte-americanos em relação ao Congresso, “nada mudou em relação ao apetite (dos eleitores) para eleger políticos abastados para os representar em Washington”, disse a directora do CRP, Sheila Krumholz, acrescentando contudo ser “inegável” que as campanhas eleitorais exigem dinheiro.
/Lusa