Portugal será “grande outra vez”. Repetição dessa frase num debate com empresários levanta dúvidas entre comentadores.
O almoço/debate com empresários decorreu há quase uma semana mas ainda origina reacções.
Na quarta-feira passada, Pedro Nuno Santos participou num evento organizado pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, em Lisboa.
Entre várias promessas eleitorais, destacou-se uma frase: fazer com que Portugal seja “grande outra vez”.
Essa expressão, segundo o jornal Expresso, foi recorrente ao longo do discurso do candidato do PS a primeiro-ministro: quando falou sobre aumentar salários, fazer escolhas, chegar ao topo da Europa e travar a emigração.
“O empresário que tem mais sucesso é o que é mais ambicioso, o que aponta mais para a frente. Os que são grandes são os que tiveram ambição, que arriscaram, que ouviram os avisos, mas decidiram avançar na mesma. É com estes que o país avança, e só assim o nosso país voltará a ser grande“, disse Pedro Nuno.
Essa expressão, “voltar a ser grande”, faz imediatamente recordar o slogan da campanha de Donald Trump, nos Estados Unidos da América: “Make America Great Again” – na verdade, recuperado dos tempos de Ronald Reagan, há mais de 40 anos.
No próprio dia, Paulo Rangel acusou Pedro Nuno Santos de rendição ao “populismo”.
O Polígrafo esclareceu nesta segunda-feira que essa frase não será o slogan de campanha do PS. Foi apenas uma frase dita várias vezes pelo líder do partido ao longo daquele evento.
Pedro Mexia acha que o secretário-geral do PS quer apostar num Museu dos Descobrimentos. “Não estou a ver algum momento em que Portugal tenha sido grande alguma vez, a não ser nesse”, comentou.
No mesmo programa da SIC Notícias, Ricardo Araújo Pereira mostrou-se confuso: “Não percebo este aconselhamento. Quem é que se sentou à mesa com Pedro Nuno Santos e disse-lhe ‘Sabes o que era giro? Era traduzires para português o slogan do Donald Trump e começares a dizê-lo a partir do púlpito’. Quem terá sido? E porquê? Com que objectivo?“.
Seria mais adequado um “vamos fazer cagada outra vez”.
De quem foi a ideia?
Do dicionário, pois claro!
E preocupações de gente crescida, não há por aí?
Depois queixem-se.