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Pedro Nuno Santos e Medina vão esperar sentados pelo lugar de Costa (mas o ministro já mexe os cordelinhos)

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos.

Há dois nomes que começam a ganhar força como possíveis sucessores de António Costa na liderança do PS – Pedro Nuno Santos e Fernando Medina. Mas ainda vão ter que esperar “bastante” por isso, prevê o presidente dos socialistas, Carlos César.

“Vão ter de esperar um bocado de tempo”, sustenta Carlos César em entrevista à Rádio Renascença, notando que “se hoje há uma realidade com que não só o PS, mas os portugueses em geral se confrontam, é com a qualidade e o esclarecimento da liderança de António Costa”.

Assim, o ex-presidente do Governo Regional dos Açores nota que Pedro Nuno Santos e Medina vão ter de esperar “bastante”.

Tanto Medina como Pedro Nuno Santos têm ganho destaque na comunicação social, nos últimos dias, com posições que podem ser entendidas como de distanciamento, e até de confronto, relativamente a Costa.

Se Medina assumiu posições que foram interpretadas como críticas ao Governo por causa da forma como lidou com a pandemia de covid-19 em Lisboa, Pedro Nuno Santos demarcou-se claramente de Costa quanto às eleições presidenciais quando referiu que nunca apoiará “um candidato da direita”.

Pedro Nuno Santos distancia-se, deste modo, do posicionamento mais ao centro de Costa que parece estar a marcar esta legislatura.

O ministro das Infraestruturas integra a ala mais à esquerda do PS e não é à toa que foi ele o grande negociador de Costa aquando da formação da geringonça com Bloco de Esquerda e PCP.

Nos últimos tempos, surgiram notícias de um distanciamento, até pessoal, entre Pedro Nuno Santos e Costa, realçando-se o fim de uma “lua-de-mel” entre os dois homens fortes do PS que foram as principais figuras destes dois executivos socialistas.

E se ainda não é o momento de Pedro Nuno Santos se afirmar, o ministro já começa a mexer cordelinhos nos bastidores para fortalecer os apoios do aparelho partidário quando chegar o momento da sucessão.

Na antecâmara das eleições para a liderança das Federações do PS, que se disputam no próximo fim-de-semana, começa a crescer uma certa influência de “pedronunistas” no seio do partido, como vinca o Expresso, notando que Pedro Nuno Santos tem “apoios naturais” entre os próximos dirigentes locais, nomeadamente entre pessoas com quem convive desde os tempos da Juventude Socialista (JS).

Nas eleições federativas deve ocorrer uma “renovação genérica do statu quo“, vaticinam fontes ouvidas pelo Expresso, mas com Pedro Nuno Santos a reforçar apoios para a batalha da sucessão a Costa.

Nesse processo, o ministro só deverá estar preocupado com o peso que o processo da TAP terá no seu currículo.

ZAP //

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5 Comments

  1. Hummm, se as coisas estão mal, não se agoira que melhorem!
    Entre arrogância e fundamentalismo ideológico, fica pouco espaço para algum mérito que pudesse acalentar alguma esperança.
    O currículo é um extenso vazio. Aliás, espanta-me como em Portugal surgem líderes tão incompetentes e com tão poucas provas dadas fora da política.
    É mais ou menos como aquela história dos famosos que são famosos porque aparecem, e aparecem porque são famosos…
    Haverá mais algum lado onde a presidência de uma associação de estudantes de uma escola secundária/faculdade seja a rampa de lançamento de alguém que ambiciona governar um país, e que o percurso profissional se limite a uma sucessão de tachos políticos, em que uns vão dando lugar a outros maiores, tal qual um conjunto deprimente de matrioscas?

  2. Não me parece que Pedro Nuno Santos ou Medina tenham a mesma capacidade de Costa de atrair votos de uma população mais posicionada no centro do espetro político e que oscila tipicamente entre o voto no Partido Socialista e o voto no Partido Social Democrata. Por outro lado também me parece que algumas figuras do PS posicionadas mais ao centro têm menos capacidade de dialogar com o PCP e o BE. Penso que o sucesso atual do PS tem muito que ver com a personalidade e esta estratégia mista de António Costa que não revejo em Medina e muito menos em Pedro Nuno Santos. Pelo contrário algumas das suas declarações relembram-me um estilo de auto-emulação e agressividade de muito má memória para mim e creio que para muitos portugueses!

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