Um novo estudo concluiu que as alterações nas populações de micróbios no microbiomas intestinal, salivar e urinário estão associadas à formação de pedras nos rins.
A doença dos cálculos renais, ou pedras nos rins, tem vindo a aumentar nos últimos anos um pouco por todo o mundo.
Apesar de várias investigações já terem demonstrado uma ligação entre o microbioma intestinal e a condição nas pessoas que tomaram antibióticos, cientistas do Lawson Health Research Institute e da Western University quiseram ir mais além e explorar outros microbiomas, na esperança de poderem avançar rumo a potenciais tratamentos.
Usando uma técnica de análise genética específica, a equipa examinou a composição microbiana das três regiões em 83 pacientes com pedras nos rins e em 30 pessoas saudáveis.
Segundo o New Atlas, os cientistas descobriram que as pessoas com pedras nos rins apresentavam alterações nos três microbiomas.
Além disso, os pacientes com pedras formadas já tomavam antibiótico há, pelo menos, 90 dias, um fator que já tinha sido associado à prevalência das mesmas.
“Os nossos testes – chamados de sequenciação metagenómica shotgun – permitiram-nos descobrir quais as bactérias presentes no intestino, assim como as suas capacidades genéticas”, detalhou Kait Al, da Schulich School of Medicine & Dentistry da Western University. “Também fizemos uma sequenciação mais simples das amostras orais e urinárias.”
As pedras nos rins são, na maioria das vezes, depósitos de oxalato de cálcio cristalino. Até agora, os investigadores pensavam que eram micróbios específicos, nomeadamente a bactéria Oxalobacter formigenes, os responsáveis por decompor estes depósitos de resíduos tóxicos, mas a equipa descobriu agora que existe um grupo muito mais alargado de micróbios benéficos que também podem impedir a acumulação de oxalato de cálcio.
“Descobrimos que as pessoas que tinham pedras nos rins tinham um microbioma pouco saudável, incluindo um microbioma intestinal com maior probabilidade de excretar toxinas para os rins, mas também que eram resistentes aos antibióticos“, acrescentou ainda o especialista Jeremy Burton.
O artigo científico com todas as descobertas foi recentemente publicado na Microbiome.
A melhor maneira de manter um microbioma oral, urinário e intestinal saudável é fazer uma dieta equilibrada com muitos alimentos prebióticos e probióticos e, se possível, reduzir ao mínimo o uso de antimicrobianos.