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Paula Brito e Costa “merecia um pedido de desculpas”

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Rarissimas / Facebook

A presidente da associação Raríssimas, Paula Brito e Costa

A ex-presidente da Raríssimas, que está a ser investigada por gestão danosa, acredita que todas as despesas que fez foram justificadas. E acrescenta: “não vou fugir por dois vestidos e gambas”.

Em entrevista ao Expresso, Paula Brito e Costa desmonta as várias acusações que lhe foram feitas na última semana, começando por explicar que o salário de três mil euros não está sujeito às regras aplicada às IPSS, porque não era remunerada como presidente da Raríssimas, mas como “empregada por conta de outrem“.

A ex-presidente critica o antigo tesoureiro, Jorge Nunes, um dos autores das denúncias, e explica que o Plano de Poupança Reforma (PPR) foi usado para substituir o prémio de produtividade, que nunca foi pago, e as despesas de deslocação deixaram de ser feitas assim que recebeu o BMW de serviço.

Quanto aos vestidos, a que Paula Brito e Costa se refere como “fardas de trabalho”, a diretora reconhece que não terá sido o procedimento mais correto, mas defende-se, argumentando que isso só terá acontecido uma vez.

Já sobre a conta de supermercado onde constavam 230 euros em gambas, Brito e Costa afirma que é alérgica a marisco, mas que estas foram usadas num jantar de trabalho em casa com “figuras internacionais” que iriam investir na associação. “Se os levasse ao Gambrinus, a conta seria muito maior”, justifica.

A ex-presidente da associação termina a entrevista relembrando que angariou muito dinheiro para a instituição e afirmando que “merecia um pedido de desculpas do país”.

Numa entrevista à RTP, no Sexta às Nove, Brito e Costa acusa a ex-vice-presidente da delegação da Maia de ter desviado fundos da associação e praticado irregularidades financeiras no valor de 270 mil euros.

Paula Brito e Costa relatou que, mal teve conhecimento da situação, a denunciou ao presidente do conselho fiscal e depois à assembleia-geral, que autorizou uma auditoria da empresa PKF à delegação do norte da associação. A auditoria, que ficou concluída em maio deste ano, descobriu irregularidades financeiras de mais de 270 mil euros na delegação do norte, que ditaram o afastamento de Joaquina Teixeira da instituição.

“Encontrámos muitas coisas. Encontrámos desvios de fundos, fraude fiscal, branqueamento de capitais, provavelmente fuga ao fisco, desvio de dinheiro da Raríssimas”, disse Paula e Brito Costa.

Segundo o relatório da auditoria, entre 2013 e 2016, Joaquina Teixeira terá desviado cerca de 131 mil euros de bolsas sociais destinadas a crianças carenciadas para o próprio filho e para familiares de colaboradores da região norte. A ex-vice-presidente terá também desviado dinheiro de peditórios no valor de cerca de 57 mil euros.

A PFK suspeita que este dinheiro possa ter sido depositado em contas de familiares de Joaquina Teixeira para fazerem donativos à Raríssimas que depois lhes permitiam ter benefícios fiscais em sede de IRC.

Contactada pelo Sexta às Nove, Joaquina Teixeira diz-se alvo de uma cilada, mas recusou dar uma entrevista a conselho do seu advogado. O Ministério Público confirmou que está a investigar o caso desde julho e que o processo está em Segredo de Justiça.

Questionada na entrevista sobre se houve algum político, além do agora ministro Vieira da Silva, que a tivesse ajudado tanto a tornar a Casa dos Marcos naquilo que é hoje, Paula Brito e Costa respondeu que “tanto, não”.

Disse ainda que o ministro deu “um incentivo” de meio milhão de euros à instituição, que foi “público e protocolado publicamente”. “Ficar-lhe-ei grata para o resto da vida”, sublinhou. Esta afirmação contraria o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, que disse não ter concedido nenhum subsídio de meio milhão de euros à associação.

Sobre as razões do motivo da sua demissão, Paula Brito e Costa disse que o fez para “deixar a investigação decorrer dentro dos trâmites legais e com a seriedade” que o processo merece. Disse ainda que se demitiu pelos meninos da instituição, mas também por si, pela sua “legitimidade” e “dignidade”.

 

À pergunta sobre se não tem medo de vir a ser detida, afirmou: “Uma coisa lhe garanto, por causa de umas gambas e de dois vestidos eu não vou fugir para lado nenhum“.

Trabalhadores da Raríssimas pedem afastamento de Paula Brito e Costa

Os trabalhadores da associação Raríssimas pediram a “suspensão imediata” de Paula Brito e Costa, ex-presidente da entidade, num abaixo assinado entregue à direção da associação.

“Vimos requerer a vossas excelências a suspensão imediata da trabalhadora Paula Brito e Costa por parte de vossas excelências”, afirma-se no pedido, assinado por 90 trabalhadores e divulgado à imprensa ontem à noite.

Dizem os trabalhadores que “uma investigação rigorosa e célere impõe que a presença da ex-presidente, enquanto trabalhadora da instituição, mesmo que à distância, seja impedida”.

// Lusa

11 Comments

  1. Gostava de saber quem são estes chefes de fila dos trabalhadores que pedem a demissão da senhora.
    Por norma são os menos competentes. Não sei se é o caso.
    Penso que me vou rir quando isto tudo acabar e quero ver os comentários dos detractores e juízes antecipados daquilo que disseram sem conhecimento de causa. A senhora devia estar atenta e procurar uns bons advogados e …actuar.
    Ainda todo este verdadeiro tsunami que se abateu sobre o país (colossal e incrível),onde se tem que aproveitar tudo,já que “no passa nada”. É a nossa pequenês…

    • Era uma vez uma regata internacional de barcos a remo. Todos os barcos de todos os países tinham um timoneiro e 6 remadores. Menos o Português que tinha 8 timoneiros e um remador. De cada vez que alguma coisa corria mal, a culpa era sempre do remador.

      Este é o retrato de um Portugal de complexados, em que quando se abre o Facebook, todo o perfil de qualquer sopeira ou armazenista diz “encarregado” ou “empresária”. Um país onde se chamam “Doutores” a licenciados.

      Claro que a esta senhora estando num lugar de chefia nunca pode ter feito nada de errado! Claro que dezenas de trabalhadores a dizer uma coisa e a patroa a dizer outra, deve ser a patroa sozinha que está certa e os outros todos da “arraia miuda” que estão errados e cheios de más intenções.

      Neste país reina a mentalidade de que o mundo está dividido em tocadores de piano e carregadores de piano. Mas todos os que pensam desta maneira se acham tocadores de piano, claro… E tomam o partido sempre da elite com que se querem identificar (ainda que estejam longe de pertencer a ela). Os pobres são sempre os que mais odeiam os outros pobres, por se quererem demarcar da pobreza que os assola.

  2. Pois, será que um daqueles tachos para assessores na Câmara Municipal de Lisboa ainda estão disponíveis? Se sim, sempre podiam oferecer 3 para a a Sr. Paula Brito e Costa, o seu marido e o seu filho. Era uma boa forma do país se desculpar por tanta injustiça para a Sr. Brito e Costa que tanto perdeu enquanto à frente da Caríssimas…

  3. Realmente, a senhora tem toda a “razão”. Afinal, também ela tem o direito de atirar terra para os olhos dos portugueses, como faz toda a gente. Só que ultimamente, os portugueses aprenderam a tirar a terra dos olhos para poderem enxergar melhor. Na verdade, a Raríssimas é uma instituição/empresa rica e sem problemas financeiros, desafogada e com faturação superior à média nacional, e pode pagar perfeitamente 3000 euros por mês a uma funcionária, fornecer-lhe um BMW, etc etc, é justo. Tão justo como eu ainda não conseguir entender como é possível alguém acreditar que consegue enganar os outros e no fim sair-se bem da estória. Enfim.

  4. Fiquei estupefacto com o cinismo daquela senhora nas respostas que dava à jornalista Sandra Felgueiras!
    É de alguém que só pode ter as costas bem aconchegadas “políticos e não só”, só pode!
    Mentia com os dentes todos e tratava o “marido” por Nelson, o ROC por Jorge, etc….
    Ainda se arroga de não se demitir e ficar em casa com os documentos que mais lhe interessavam!
    Viva a república dos bananas.
    Miguel Serôdio

    • Acredito que tenha ficado estupefacto com a “cinica” resposta dada à srª. jornaleira!! Na verdade por umas gambas e dois vestidos não iria fugir para o Brasil, como fez a mãe da srª jornaleira. Memórias…

  5. Na verdade, estão em causa apenas umas gambas e pouco mais. O outro também oferecia apenas uns robalos (rouba-los). Depois apanhou 15 anos, salvo erro. O que recebia os rouba-los apanhou cinco…!

  6. O que se passa neste País. Quanto mais falamos mais damos importância a uma banalidade destas. Todos(as) presidentes em cargos que mexam com milhões só pensam em “sacar” o máximo, os que precisem de ser apoiados e tratados que se lixem. Temos mais que fazer!!! Aturar estes comentários, só quem nada tem para fazer. Adeus saloios nada sabem fazer senão criticar e dizer minhoquices… É SÓ CORRER COM TODA ESTA CORJA!!!

  7. Será que esta também tenha frequentado a mesma escola de Sócrates? À partida parece possuir os mesmos defeitos mas em todo o caso nada como uma investigação séria e honesta para pôr a nu toda a verdade e no final se houver culpados que sejam devidamente castigados.

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